O desenvolvimento do país exigiu a constituição de empresas públicas para prestar serviços que, em geral, o capital privado não se dispõe a prestar, e que são insucetíveis de concorrência. Empresas públicas exigem grandes somas de capital, e o invstimento amaduece muito lentamente.
Mas no Brasil, depois que a empresa pública se instala e se consolida, e passa a produzir lucros em abundância, a indiciativa começa a pressionar o governo pela privatização da companhia. Os argumentos recorrentes são: a empresa pública é ineficiente, pouco rentável, e onerosa para o o Estado, que não raro tem que cobrir seus deficits.
E foi assim que a empresa goiana Celg foi fatiada, vendida em pedaços, e por fim transferida de vez a iniciativa privada, a uma empresa estrangeira. Primeiro venderam-se as usinas geradoras de energia, ficando a Celg apenas com a distribuição, que é a melhor parte do negócio. E agora, vendeu a distribuição e entrou para a história.
A alienação da Celg vem mostrando a falha dos argumentos dos defensores fanáticos da privatização. A empresa presta maus serviços, não se sabe que investimentos fará, e causa prejuízos aos consumidores de energia trifásica. Seria o caso de encapar a Enel e restaurar a Celg? Em termos ideais, sim. Mas isso não é fácil, porque está além das forças do poder público estadual.
De resto, temos aí uma séria contradição. Os mesmos deputados que defendem a encampação da Enel são os mesmos que acabam de aprovar autorização ao governo estadual para privatizar a Saneago.
Por Helvécio Cardoso
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