Um plano para salvar a Celg foi construído tijolo a tijolo pelo governador Alcides Rodigues, com a colaboração quase anônima do goiano Olavo Noleto, que foi nos governos petistas secretário de assuntos federativos da Presidência da República. Olavo convenceu Lula a engajar-se pessoalmente na salvação da Celg.
Depois de intrincadas negociações, fechou-se o seguinte negócio: A Eletrobrás iria adquirir 49% das ações da Celg, dinheiro que seria aplicado em novos investimentos da empresa goiana. A dívida da Celg com o fisco, que já passav a dos 500 milhões de reais em 2010, seria quitado através de um empréstimo junto à Caixa Econômica Federal. Dinheiro que seria repassado diretamente ao Tesouro Estadual, ficando a Celg com a dívida a ser paga a perder de vista.
Marconi e seus aliados denunciavam, Na época, que este dinheiro seria gasto em campanha eleitoral. Para afastar esta suspeita, combinou-se que a primeira parcela do empréstimo seria entregue em dezembro, depois das eleição em segundo turno. E as outras parcelas, no anso seguinte, já na vigência de outro governo.
Marconi Perillo mandou um ofício à CEF afirmando que, se eleito, iria repudiar o contrato, e não iria quitar com a CEF o que seria adiantado ianda em 2010. Resultado: o próprio governador Alcides Rodrigues, já na véspera de deixar o governo, oficiou a CEF distratando o empréstimo, e deixou comm a Eletobrás o dito pelo não dito.
Seis meses depois, com a situação da Celg se agravando, o governador Marconi Perillo vai à presidente Dilma Roussef para saber se o acordo ainda esta de pé. Não estava. Tanto a Eletobrás como a CEF entraram no projeto de salvação da Celg por imposição política autoritária do presidente Lula. Do ponto de vista comercial, não valia a pena para nenhum dos ente federais.
Marconi nunca justificou sua decisão de sabotar o acordo para, lá na frente, tentar restaurá-lo. Fontes leigadas ao ex-governador tucano, no entanto, explicam que Marconi temia que o acordo inviabilizasse o seu governo, impedindo a realização do seu ambicioso plano de obras. De fato, as finanças estaduais ficavam comprometidas e a capacidade de endividamento do Estado reduzida a zero. Mas a deterioração financeira da Celg levou Marconi a tentar reconstruir o que ele mesmo havia demolido.
Depois disso, foi o esgotamento e a inevitável venda da Celg no barateiro.
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