O prefeito de Campos Verdes, Haroldo Naves, presidente da Federação Goiana de Municípios (FGM), falou nesta sexta-feira, dia 10, ao radiojornal matutino o Mundo em Sua Casa, transmitido pelas emissoras de rádio da Agência Brasil Central (RBC FM e Rádio Brasil Central AM).
Na entrevista concedida ao jornalista Gil Bonfim, Naves abordou a crise provocada pela pandemia do coronavírus nos municípios de Goiás.
Haroldo Naves chama atenção para a deficiência de infraestrutura na área da saúde como um dos grandes gargalos no atendimento aos infectados, caso a situação piore. Ele abordou também o temor dos prefeitos com a previsão de queda de até 40% na arrecadação das prefeituras nos próximos meses com a crise econômica gerada pela pandemia.
“Essa é uma das nossas maiores preocupações e nesse aspecto os pequenos municípios vão sofrer mais”, explicou o dirigente da FGM. Segundo ele, além do pequeno número de leitos hospitalares, a rede pública de saúde no interior tem sofrido também com a dificuldade em adquirir equipamentos e insumos para o tratamento dos doentes da Covid-19.
“Licitações não estão sendo respeitadas, as empresas não têm o produto para entregar, muitos prefeitos estão tirando dinheiro do próprio bolso para resolver emergências. No meu município, por exemplo, comprei tecido e elástico consegui apoio de um grupo de costureiras que vão fazer voluntariamente máscaras artesanais para distribuir gratuitamente à população”, afirmou.
O presidente da FGM vê como “desastre absoluto” o que acontecerá com as receitas municipais em função da crise econômica do coronavírus. Segundo Haroldo Naves, são esperadas quedas de 30% já neste mês de abril e de mais de 40% nos próximos meses, até julho.
Ele explica que a queda se deve à diminuição dos repasses de impostos estaduais como IPVA, cujo escalonamento prolongado de pagamento já foi anunciado pelo governo estadual, e da queda de receitas próprias com o ISS e IPTU.
Segundo Haroldo Naves, alguns municípios já se anteciparam a essa queda de receita cortando gastos e investimentos e priorizando serviços, especialmente na saúde. “Eu, por exemplo, cortei salários de servidores, secretários, demiti gente e fiz um corte linear de 17% em todos os contratos da prefeitura. Isso para que a tenha uma sobrevida e não paralise serviços básicos à população”, comentou o prefeito.
De acordo com Naves, é o que vêm fazendo todos os prefeitos, para que haja recursos também na outra ponta de aumento de gastos prioritários, que serão na área da saúde, com reformas emergenciais e ampliações, compra de equipamentos e insumos para socorrer a quem precisar na evolução da pandemia. “Agora é a hora de priorizar a saúde e a vida das pessoas”, conclui o presidente da Federação Goiana de Municípios (FGM).
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