O governo debate um plano de reativação da economia para o período posterior à pandemia do coronavirus que tem como base um pacote de obras públicas de grande porte e de concessões, com potencial para criar milhares de empregos.
Obras de infraestrutura que exigirão muito dinheiro do governo. As cifras citadas por ministros chegam a R$ 100 bilhões.
A ideia de impulsionar o crescimento do país com dinheiro público é velha ferramenta dos governos, em especial daqueles que apreciam políticas fiscais expansionistas, mas se choca com uma das principais bandeiras da equipe econômica atual: a da responsabilidade fiscal.
O novo plano do governo, batizado de Pró-Brasil, será capitaneado pelos ministérios da Infraestrutura e do Desenvolvimento Regional. Mais de 50 grandes obras estão em estudo. Concessões também estão na mira do governo, mas atrair dinheiro de fora será uma difícil tarefa em um mundo que tenta se recuperar da pandemia.
A equipe econômica tem lutado para manter os gastos da crise do coronavirus restritos a 2020. O Tesouro já fala em um déficit para este ano de R$ 600 bilhões. Será difícil segurar os gastos maiores nos próximos anos com um pacote de obras calcado no investimento público.
Outro cálculo que o governo terá que fazer é o da manutenção do teto de gastos, a âncora fiscal que sinaliza aos investidores do Brasil e de fora que há compromisso com o equilíbrio das contas. Sem o teto, dizem economistas de dentro e fora do governo, todo os ganhos dos últimos anos, como os juros baixos, podem ser perdidos em questão de meses.
Blog Ana Flor
Jornalista, comentarista da GloboNews.
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