Depois de retratar Jesus como homossexual no polêmico especial de Natal de 2019, “A Primeira Tentação de Cristo”, o Porta dos Fundos agora mira na paródia política com “Teocracia em Vertigem”, óbvia referência a “Democracia em Vertigem”, de Petra Costa, documentário que concorreu ao Oscar em 2020.
Cada vez mais politizado, o grupo humorístico pretende mostrar “a verdadeira história por trás do golpe que levou à crucificação de Jesus Cristo”. Qualquer semelhança com o processo de impeachment sofrido pela ex-presidente Dilma Rousseff não é mera coincidência.
O mais interessante aqui é o estilo de narrativa: um formato de documentário com mais de vinte depoimentos individuais de personagens bíblicos que falam como brasileiros dos dias de hoje, sempre com um único ator em cena, o que permitiu que a produção fosse realizada mesmo durante a pandemia.
Há boas participações especiais, como Emicida e da própria Petra Costa. O roteiro de Fábio Porchat, que também interpreta Jesus, é afiado e pleno de referências. Por outro lado, apesar de divertidas, as entrevistas são longas e prejudicam o ritmo do filme.
Fonte: Isto É
Texto Felipe Machado
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