O resultado da Operação Último Drink, considerada a maior realizada até o momento pela Secretaria da Economia e Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT), foi apresentada à imprensa na manhã desta terça-feira (23/02). Os investigados, entre eles empresários e contadores que ostentavam uma vida de luxo, usavam nove empresas laranjas para lesar o erário. Dezoito auditores fiscais da Secretaria da Economia fizeram auditoria nas empresas e 100 policiais civis participaram da operação. A associação criminosa é suspeita de ter sonegado mais R$ 100 milhões em tributos só no Estado de Goiás.
A operação é mais uma das ações do Governo de Goiás no combate à sonegação fiscal e à concorrência desleal. A Polícia Civil apreendeu R$ 40 mil em espécie, quatro carros de luxo, computadores, celulares, notas fiscais, documentos e cumpriu 20 mandados de busca e apreensão e 12 de prisão temporária em escritórios de contabilidade, empresas e nas residências dos investigados, em três condomínios de luxo, na capital. Das prisões, três foram em flagrante pelo crime de posse ilegal de arma de fogo, com apreensão de quatro armas e munições.
“Essa operação foi iniciada na inteligência fiscal. Quando foi detectado, nós tínhamos a abrangência de R$ 62 milhões de tributos não pagos. Com a sequência da investigação, certificamos que esse montante atinge de mais R$ 100 milhões. Além da sonegação fiscal, a quadrilha falsificava bebidas, um prejuízo em dose dupla para o cidadão. É um orgulho muito grande trabalharmos em conjunto com a Polícia Civil”, explicou a secretária da Economia, Cristiane Schmidt.
“Goiás não é lugar de ladrão. Nós estamos cumprindo, com rigor, a determinação do governador Ronaldo Caiado, de que o combate ao crime deve ser exercido em todos os níveis e municípios, para garantir segurança aos 7,2 milhões de goianos”, disse o secretário da Segurança Pública, Rodney Miranda. O delegado Marcelo Aires Medeiros, à frente da DOT, reforçou a tese de que “qualificar as ações policiais, para que possamos conseguir fechar o ralo de dinheiro desviado do patrimônio público e recuperá-lo para devolvê-lo em benefícios para o cidadão, é um dos pilares da Segurança Pública no Estado de Goiás”.
O auditor fiscal Gerson Segundo de Almeida, titular da Delegacia Regional de Fiscalização de Goiânia, relatou que as empresas atuavam no ramo de bebidas e a sonegação acontecia no momento da venda. “Com as ações que estão sendo realizadas, acreditamos que só de tributos foram sonegados mais de R$ 100 milhões. Essas notas frias geram crédito em outros Estados e podem ser utilizadas para esquentar mercadorias roubadas. Entre 15% a 23% é o percentual que eles embolsavam em cada mercadoria comercializada ilegalmente”, assinalou.
O delegado da DOT, Rodrigo Mendes, que participou das investigações, ressaltou que tudo começou por meio de um negócio familiar, e que o fato de um operador de empilhadeira e um motorista de um depósito de gás se tornarem grandes empresários, em menos de um ano, chamou a atenção dos agentes, sem contar que a estrutura das empresas era incompatível com o valor movimentado.
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