O que se espera de um gestor público é que ele mantenha o foco no bem estar da coletividade. Em momentos de crise, como esta que vivencia o país, com o avanço de cepas da covi-19, isto vira norma de conduta. Não para alguns gestores: quando São Paulo endureceu as regras do isolamento social, seu governador João Doria, foi para Miami. Na ocasião, o colunista do Uol, Leonardo Sakamoto, comparou o ato do político, a de alguém que, em meio a mortes causadas por deslizamentos de terra e enchentes na temporada de chuvas, resolve tirar férias em um lugar ensolarado, afirmando que tem direito ao descanso.

As críticas ao comportamento destes chefes de executivo não servem de exemplo para muitos. O caso em questão, é o prefeito de Morrinhos Joaquim Guilherme (PSDB). Com a cidade que administra, situada na região das Aguas Quentes, classificada como de calamidade, no mapa monitorado pela Secretaria Estadual de Saúde, com incidência da Covid-19 muito elevada, o prefeito e sua família foram tirar uns dias de lazer no complexo turístico Rio Quente Parque e Resort, com diárias em torno de R$700 a R$ 1 mil reais. Várias fotos do prefeito e de seus familiares viralizaram na web.

Quando fez uma videoconferência, no dia 17 de fevereiro, com gestores municipais, empresários e autoridades jurídicas, o governador Ronaldo Caiado alertou sobre a gravidade do momento e disse: “É afrontoso ver, neste momento, pessoas morrendo e outras festejando como se não houvesse nada”.

Morrinhos tem mais 163 pessoas infectadas em tratamento, somando algo em torno de 4 mil casos desde o início da pandemia com 55 óbitos confirmados. A cidade registra 411 casos suspeitos aguardando resultados de exames e nenhum leito de UTI disponível. Sua vizinha, Caldas Novas tem o prefeito, sua mulher e filha com covid. O prefeito está internado e amanhã, 1º, a cidade será administrada pelo vice- prefeito, Sílio Junqueira que deve anunciar fechamento do comercio por sete dias. O município de Rio Quente, outra cidade vizinha de Morrinho, impôs severas restrições ao comércio e moradores. Lá que não usar máscara leva multa. Com a palavra o cidadão.