Técnicos da área de saúde alertam para as dificuldades em atender os acometidos pela covid-19 em todo o país. Secretários de saúde, na esfera estadual e municipais, reunidos neste sábado,27, afirmam que as ações, até agora, foram tomadas de maneira “consciente” e atendendo à avaliação do estágio da pandemia. “Nesse momento nós temos dificuldade em ofertar no serviço privado e no serviço público leitos suficientes para todos que estão necessitando de cuidados intensivos”, declarou o secretário estadual, Ismael Alexandrino, ao lembrar que o cenário se replica a nível nacional e em outras unidades federativas. “Não são só leitos que salvam vidas. Não se enfrenta uma pandemia sozinha, nem só com atitudes de saúde”, lembrou ao ressaltar a relevância de atitudes conscientes por parte da população.

Conforme a atualização desta sexta-feira, na semana anterior, as regiões do Entorno Sul, Estrada de Ferro, Nordeste II, Oeste I, Rio Vermelho e São Patrício I foram classificadas como situação de calamidade. No período atual, com exceção da Nordeste II que se enquadrou em estado de alerta, as cinco demais recuaram para a situação crítica. Mesmo com esse progresso nos resultados, todas as seis ainda devem manter as recomendações sanitárias de calamidade até apresentarem melhora do cenário por 14 dias consecutivos.

O secretário municipal de saúde de Goiânia, Durval Ferreira Fonseca, reforçou que há um limite para disponibilizar recursos e força operacional. “Fizemos nosso trabalho e continuamos fazendo nosso trabalho, enquanto secretário, na abertura de leitos e controle das medidas sanitárias. Mas os recursos são finitos. É importante que todos aqueles que chamem para si sua responsabilidade civil e junto de suas famílias, seus entes queridos se protejam”, ponderou.

Para o secretário municipal de saúde de Aparecida de Goiânia, Alessandro Magalhães, a decisão de fechamento é uma resolução pela vida. “Até o presente momento, tentamos conciliar a economia com as vidas. Chegou o momento de preocuparmos somente com as vidas. A medida mais necessária neste momento é ampliar o distanciamento social, ampliar as restrições”, afirmou.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) atualizou, na última sexta-feira (26/02), a classificação das regiões, conforme o mapa de risco, que aponta em quais delas a incidência da Covid-19 está mais elevada. São previstas três situações: alerta (amarelo), crítica (laranja) ou calamidade (vermelho). A partir da divisão de cada localidade, a intenção é que os municípios adotem medidas de combate e controle da Covid-19, com procedimentos padronizados.

Na análise desta semana, somente a Nordeste I, que antes estava na cor laranja, foi classificada em vermelho, demonstrando piora do contexto. A orientação é que os municípios de Campos Belos, Cavalcante, Divinópolis de Goiás, Monte Alegre de Goiás e Teresina de Goiás adotem medidas restritivas.

As Regionais de Saúde Central, Norte, São Patrício II, Sudoeste II e Sul seguem em situação crítica nesta semana, sem alteração do cenário em que foram inseridas no período anterior. Já a Sudoeste I, que reúne 18 municípios, passou de alerta para cenário crítico. Dessa forma, as seis regiões devem seguir as medidas recomendadas na nota técnica para esta classificação.

Já a Centro-Sul e o Entorno Norte, antes no cenário crítico, passaram para o de alerta. Mesmo com esse avanço no quadro, ambas devem manter as medidas do momento anterior e sustentarem este novo resultado por duas semanas seguidas. Somente a Oeste II, Pirineus e Serra da Mesa, que juntas contam com 32 municípios, continuaram no status de alerta, sem mudanças na classificação no intervalo de uma semana.

A classificação das regiões leva em consideração seis indicadores, divididos da seguinte maneira: velocidade de contágio no tempo (Rt); incidência de casos de síndrome respiratória aguda grave e variação de mortalidade por Covid-19, para avaliar a aceleração do contágio, e as taxas de crescimento de solicitações de leitos de UTI, de ocupação de leitos de UTI, e de ocupação de leitos de enfermaria, públicos e privados, dedicados para pacientes com Covid-19, para avaliar a sobrecarga do sistema de saúde.