Em carta endereçada ao presidente Jair Bolsonaro, governadores de 16 estados contestam o presidente, por uma postagem na qual ele listou valores que o governo federal teria repassado em 2020 a cada estado. De acordo com o documento, os recursos efetivamente repassados para a área da saúde são uma quantia “absolutamente minoritária” dentro do montante publicado pelo presidente.
Na conta simplificada que retirou do Portal da Transparência, Localiza SUS e Senado Federal, Bolsonaro citou valores diretos (saúde e outros), indiretos (suspensão e renegociação de dívidas) e colocou à parte o valor do auxílio emergencial. A postagem ocorre em um momento em que o governo federal é cobrado a voltar a financiar leitos de UTI (unidade de terapia intensiva) destinados a pacientes com covid-19.
“Em meio a uma pandemia de proporção talvez inédita na história, agravada por uma contundente crise econômica e social, o Governo Federal parece priorizar a criação de confrontos, a construção de imagens maniqueístas e o enfraquecimento da cooperação federativa essencial aos interesses da população” diz na carta os governadores: Renan Filho (MDB-Alagoas) Waldez Góes (PDT-Amapá) Camilo Santana (PT-Ceará) Renato Casagrande (PSB-Espírito Santo) Ronaldo Caiado (DEM-Goiás) Flávio Dino (PCdoB-Maranhão) Helder Barbalho (MDB-Pará) João Azêvedo (Cidadania-Paraíba) Ratinho Júnior (PSD-Paraná) Paulo Câmara (PSB-Pernambuco) Wellington Dias (PT-Piauí) ,Cláudio Castro (PSC-Rio de Janeiro) Fátima Bezerra (PT-Rio Grande do Norte) Eduardo Leite (PSDB-Rio Grande do Sul) João Doria (PSDB-São Paulo) Belivaldo Chagas (PSD-Sergipe).
Os governadores também questionam a inclusão do auxílio emergencial e das suspensões de pagamentos de dívida federal nos valores. Ainda segundo a carta, o total dos impostos federais pagos pelos cidadãos e pelas empresas de todos Estados, em 2020, somou R$ 1,479 trilhão. “Se os valores totais, conforme postado hoje, somam R$ 837,4 bilhões, pergunta-se: onde foram parar os outros R$ 642 bilhões que cidadãos de cada cidade e cada Estado brasileiro pagaram à União em 2020?”
A publicação de Bolsonaro no fim de semana e a resposta dos governadores são novos capítulos na tumultuada relação entre o governo federal e os executivos estaduais durante a pandemia de covid-19. Na sexta-feira, o presidente fez uma ameaça e disse que, em estados onde estejam funcionando medidas de restrição para conter o avanço do coronavírus, os governadores que deverão pagar auxílio emergencial, atribuição da União.
Fonte: Portal uol
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