Desde as primeiras horas desta manhã, 8, fiscais da municipalidade e Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO), estáo nos terminais de ônibus da capital para garantir o cumprimento do Decreto Nº1.757, de 7 de março de 2021, que estabelece medidas para conter o avanço da pandemia do coronavírus (SARS-CoV-2). Pelo decreto, as empresas só devem transportar passageiros sentados, o que provou tumulto nos terminais.
A Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) publicou neste domingo (7/3) resolução determinando reforço na operação para atendimento de demanda e com atenção às linhas de maior interesse do usuário. Os fiscais da CMTC estão em terminais monitorando a planilha de atendimento e em caso de descumprimento se faz a aplicação de sanções. A companhia reforça que o transporte vai operar com frota máxima de 1.100 ônibus, incluindo a frota de reserva técnica de 110 ônibus, e frota disponível para alocação como frota extra de 164 ônibus, para atendimento a passageiros de serviços essenciais.
“É preciso que toda a sociedade se envolva nas recomendações feitas pela saúde pública no combate à pandemia Covid-19. O transporte público faz parte dos atendimentos das cidades, mas precisa da colaboração dos segmentos para atender as necessidades sanitárias”, destaca Murilo Ulhôa, presidente da CMTC. A companhia aguarda a publicação de decretos por parte dos outros municípios que integram a Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC) para que o transporte coletivo tenha reflexos na demanda.
Apesar da suspensão das atividades não essenciais na capital, observa-se que o fluxo de pessoas nos terminais ainda é grande, o que preocupa o poder público, uma vez que, mesmo com as medidas restritivas e a fiscalização, a taxa de isolamento é considerada baixa em todo o estado de Goiás. Na última semana, o índice chegou a cerca de 32%, passando a 45,7% neste domingo. Ressalta-se que em março de 2020, o índice de isolamento registrado foi superior a 60%.
“Estamos trabalhando e buscando conscientizar os moradores da capital goiana quanto ao cumprimento do decreto”, afirma o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, ao conclamar a população para que faça sua parte neste momento em que a ocupação de leitos atinge sua capacidade máxima. Na manhã desta segunda (8/3), a capital atingiu 99% de ocupação dos leitos de UTI e de enfermaria. Apesar dos esforços com a abertura de leitos e contratação de profissionais, a nova variante tem avançado em todo o país.
A capital conta com 458 leitos específicos para o tratamento da Covid-19, sendo 254 de UTI e 204 de enfermaria. A partir desta segunda-feira (8/3), novos leitos estarão disponíveis no Hospital das Clínicas. “Contratamos mais 100 leitos, via convênio com Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), e estamos, neste momento, credenciando profissionais para trabalhar nas nossas unidades exclusivamente no tratamento do coronavírus”, sublinhou o prefeito.
A manutenção do transporte público em atividade foi alvo de intenso debate entre os gestores da Região Metropolitana de Goiânia (RMG) no último sábado (6/3), ocasião em que o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DP-GO) e Procuradoria de Contas junto ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) se posicionaram contrários à paralisação do transporte coletivo.
A continuidade do serviço também foi defendida pelo governador Ronaldo Caiado. Ele ponderou que, “ao paralisar o serviço, vamos impedir o acesso a diversos outros serviços que também são essenciais, como hospitais, farmácias e estabelecimentos de alimentação. Não podemos dificultar a vida das pessoas”. Para o procurador-geral de Justiça de Goiás, Aylton Vechi, é preciso identificar onde as pessoas estão indo para verificar a taxa de isolamento, pois vários estabelecimentos estão trabalhando com meia porta. “Se o decreto estivesse sendo cumprido, o transporte poderia operar em níveis sustentáveis, sem aglomeração”, argumentou.
Em Goiânia, os supermercados também vão passar por uma fiscalização específica em virtude do não cumprimento do distanciamento social. “Recebi informações de que os supermercados não estão respeitando regras sanitárias e, por isso, já solicitei uma ação rápida para conter esse erro”, disse o prefeito de Goiânia. O novo decreto também determina o fechamento de ferragistas e lojas de materiais de construção, além de bares, restaurantes e distribuidoras, que somente vão oferecer o serviço de delivery.
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