Por meio do sequenciamento genético feito pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em parceria com o Laboratório do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, foi possível detectar que a cepa prevalente neste momento em Goiânia é a P1, mais conhecida como a cepa de Manaus. De 30 amostras analisadas, 93%, ou seja, 28 amostras são da nova variante, enquanto que as outras duas eram do Rio de Janeiro e do Reino Unido.
O secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso, explicou que a prevalência dessa variante confirma a situação que era observada. Ou seja, “uma alta súbita de internações devido a um vírus com maior poder de virulência e contágio, que também hospitaliza pessoas de menor idade. Diferente do que se observava na onda anterior, do ano passado, quando a grande maioria das pessoas hospitalizadas eram idosas e tinham comorbidades”, alertou.
Enquanto médico e secretário de Saúde, Durval Pedroso disse que se sente na obrigação de chamar a responsabilidade de todas as pessoas pelo compromisso maior com a vida. “Nós estamos fazendo o que é possível dentro de todas as capacidades instaladas na cidade. Mas em algum momento, esses leitos não poderão mais ser abertos e as pessoas terão que agonizar sem a possibilidade de receber tratamento médico. É imperativo que as pessoas entendam a importância de diminuir a circulação da cepa”, desabafou durante entrevista de divulgação da pesquisa na quarta (17/3).
A diretora da Vigilância Epidemiológica da SMS, Grécia Carolina Pessoni, por sua vez, relatou que a cobertura vacinal atual ainda não consegue proteger por completo a população, sendo necessário diminuir a circulação do vírus através do isolamento social. Em Goiânia já foram aplicadas mais de 143.700 doses do imunobiológico em quatro grupos prioritários. Nesta quinta-feira (18/3), foi iniciada a vacinação dos idosos acima de 74 anos e a segunda fase de aplicação da segunda naqueles de 84 anos de idade ou mais.
Em menos de 96 horas, os índices de hospitalização subiram de 70% para 96%, a preocupação das autoridades sobre a capacidade física para a abertura de leitos e para a formação de equipes aumentou, considerando que a situação também provoca dificuldades de acesso à medicações para o tratamento dos pacientes.
Há mais de duas semanas, a taxa de ocupação de leitos de UTI cresceu de forma vertiginosa na capital cegando acima de 98%. No ano passado, no pico da pandemia, Goiânia dispunha de 473 leitos para a Covid-19 (UTI e enfermaria). Somente neste ano, já foram criadas 178 vagas para pacientes como o novo coronavírus, somando um total de 506 leitos, o maior número registrado desde março de 2020.
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