O Centro de Operações de Emergências (COE) em Saúde Pública de Goiás para Enfrentamento ao Coronavírus divulgou nesta quarta-feira (28/04) a testagem realizada durante uma semana em mais de 4,8 mil crianças e adolescentes, residentes em Goiânia e demais municípios do Estado. A prevalência total de resultados IgG positivo foi de 12,3%, sugerindo que, em algum momento passado, essa porcentagem de participantes tiveram contato com o vírus. Análise será importante para acompanhar a dinâmica da doença na faixa etária testada.
Os resultados também sugerem uma prevalência total de anticorpos IgM positivo para a doença de 3,3%. Isso indica uma possível infecção recente nas pessoas deste grupo. A amostragem do estudo não selecionou os participantes por critérios estatísticos, o que significa que os resultados sobre prevalência não podem ser extrapolados para a população, devendo ser interpretados com cautela. Os dados foram apresentados durante a reunião do Centro de Operações de Emergências (COE) em Saúde Pública de Goiás para Enfrentamento ao Coronavírus.
Durante o encontro com os técnicos do COE, a titular da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa) da SES-GO, Flúvia Amorim, reforçou que a pesquisa não pode ser usada para uma análise da população em geral, mas apenas das pessoas testadas. “Temos a pretensão de fazer outras testagens, pois queremos acompanhar e entender melhor a dinâmica da doença nessa faixa etária. Então, uma vez só não é suficiente, por isso, pretendemos repetir esse trabalho”, explica.
Para realizar a ação, o Estado utilizou o teste rápido para detecção quantitativa de anticorpos para o vírus Sars-CoV-2, da Bio Manguinhos. A testagem, que foi realizada nos estacionamentos da Área V da Pontifícia Universidade Católica de Goiás e do Buriti Shopping, faz parte de um projeto desenvolvido pela SES-GO por meio da Suvisa e da Superintendência da Escola de Saúde de Goiás (Sesg). Após avaliação, essa foi a primeira divulgação dos resultados consolidados do programa que testou crianças e adolescentes.
Além de identificar a soroprevalência da infecção pelo coronavírus no grupo testado, o inquérito identificou as características socioeconômicas dos participantes. A análise mostrou que não houve diferença significativa de prevalência de IgM e IgG entre os níveis de escolaridade (infantil, fundamental e médio). Também não foi identificada diferença de prevalência de resultados IgM e IgG positivo de acordo com a cor/raça declarada pelo participante.
Com relação à renda familiar mensal, apesar da prevalência de resultados IgM positivo ser de 4,4% para os participantes com renda inferior a um salário mínimo, e de 2,8% para aqueles com renda maior ou igual a 7 salários mínimos, não houve uma diferença significativa na prevalência entre os testados.
A superintendente da Sesg, Viviane Leonel, avaliou que ações como essa geram um benefício direto para a sociedade, possibilitando o acesso aos testes sorológicos e seus respectivos resultados. Além disso, permitem ampliar o conhecimento sobre a epidemiologia da Covid-19 dentro do grupo etário testado. “A participação da população foi muito importante nesse momento e esperamos contar novamente com a adesão dos pais e com a participação de todos os envolvidos necessários para que mais ações deste tipo sejam realizadas”, frisou.
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