A seção goiana da Secretaria Nacional da Negritude Brasileira, órgão ligado ao Partido Socialista Brasileiro- PSB, emitiu uma nota de repúdio sobre a abordagem policial que o Youtuber Filipe Ferreira sofreu na última sexta-feira (28) enquanto fazia ciclismo em uma praça de Cidade Ocidental, Região do Entorno do Distrito Federal.
Em suas redes sociais, o pessebista, suplente de vereador, e presidente do Instituto Afro Origem, José Eduardo, afirma que no Brasil há vários históricos de abusos, sobretudo ligados a questão da cor. “Há muitos anos denunciamos isso, principalmente o movimento negro brasileiro. Ali foi um caso vivido no cotidiano de jovens negros no Brasil afora. Por sorte e talvez medo, ele não correu, porque com certeza seria mais um jovem negro nas estatísticas da violência policial, que culminam em óbito.”
Segundo José Eduardo, o movimento pedirá ao presidente do partido, deputado federal Elias Vaz, empenho junto as autoridades goianas, para que o episódio seja averiguado com presteza pela PM de Goiás, responsável pela jurisdição na Cidade Ocidental. “Cabe aqui registrar o papel de denúncia exercido ao longo dos anos pelo movimento negro sobre racismo estrutural presente na sociedade brasileira. Apresentando este contexto, a principal analise aqui, ao denunciar o que aconteceu com o jovem Felipe Ferreira, ao estar praticando esportes na orla do Lago Jacob na cidade Ocidental, é a dura realidade: ele foi abordado por estar em atitude suspeita, suspeito pela sua cor de pele,” pontuou.
Filipe, de 28 anos, trabalha como eletricista e, na sexta-feira (28), gravava vídeos de manobras com a bicicleta para o canal que tem no YouTube quando foi surpreendido pelos policiais militares.
Em vídeo, ele vê os PMs saindo do carro a poucos metros dele. O jovem pega a câmera, que estava posicionada no chão, e pergunta aos policiais o motivo da abordagem. Enquanto isso, um dos policiais exige: ”Coloca a mão na cabeça!”.
O ciclista pergunta: ”Por que você está apontando a arma para mim?”. De imediato, o PM repete: ”Coloca a mão na cabeça”.
O ciclista pede aos policiais para parar de apontar a arma para ele, em seguida o policial responde: ”Esse é o procedimento. Isso é uma abordagem. Se você não obedecer, você vai ser preso”.
O ciclista tira a camiseta para mostrar que não estava armado e depois se coloca de costas para os policiais e põe as mãos atrás da cabeça, obedecendo à ordem. Um dos PMs começa a algemá-lo.
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