Em videoconferência com o ministro Marcelo Queiroga e com a participação de chefes do Executivo de várias unidades da federação, o governador Ronaldo Caiado pontuou a possibilidade de, findada a campanha para maiores de 18 anos, iniciar a vacinação para o público entre 12 e 17 anos, iniciando por grupos com comorbidades ou deficiências. A preocupação de Caiado considera o retorno das aulas presenciais programadas para iniciar em agosto.
Presente na reunião o Secretário de Estado de Saúde, Ismael Alexandrino, adiantou que um dos assuntos discutidos foi uma prévia do calendário de entrega de vacinas no País. “A previsão é de que, em julho, sejam entregues 41 milhões de unidades aos estados. Para agosto, são esperadas 68 milhões de doses”, detalhou. Ele ressaltou, ainda, que “para julho a expectativa é boa. Para agosto melhor ainda”.
O governador Ronaldo Caiado foi o único que se posicionou frente ao anúncio de que o Governo de São Paulo terá 30 milhões de vacinas extras para que, até 20 de agosto, complete o calendário. O chefe do Executivo goiano pediu ao ministro Queiroga que isso fosse observado, tendo em vista que todos os estados estão seguindo a distribuição do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
“Nós entendemos que há uma diferença entre a população de um Estado e outro, mas não desse montante de 30 milhões de doses que possibilitaria uma unidade antecipar radicalmente a campanha. Isso geraria uma desigualdade da cobertura vacinal no País, algo que não é previsto pelo PNI”, defendeu Ismael Alexandrino. Ainda segundo ele, o Ministério da Saúde (MS) informou que enviará um retorno sobre o assunto para o próprio governador Caiado.
“Independentemente da forma que essas vacinas entraram no Brasil, se adquiridas, doadas ou fruto de um determinado acordo, não há justificativa para que uma unidade as tenha em detrimento das outras”, ponderou o secretário. “Essas doses devem ser compensadas, de alguma forma, na distribuição global do Programa Nacional de Imunizações para os demais estados”, observou.
Além disso, também foi pontuado pelo ministro sobre a antecipação de calendários de vacinação que alguns estados estão adotando. Foi debatido que, em relação à vacina do laboratório Pfizer, não há maiores problemas em se adotar o intervalo de 12 semanas entre doses adotado no Brasil, visto que a primeira aplicação é extremamente eficiente, contribuindo para ampliar o maior número de vacinados possível.
Até o momento, Queiroga deixou claro que não é recomendada a intercambialidade de vacinas, inclusive para gestantes. “Do ponto de vista de política nacional ele deixou claro que, por enquanto, não vai acontecer. Entretanto, esse assunto é algo já debatido no Estado de Goiás, que aguarda um parecer das sociedades médicas sobre o tema”, ressaltou o secretário.
Ismael pontuou que, durante a reunião, foram abordados os parâmetros para distribuição de doses adotados pelo Ministério da Saúde, por meio do PNI. Os cálculos consideram os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os dados históricos da campanha de vacinação contra a influenza (H1N1).
“Visto a desatualização dessas informações, esses critérios estão gerando distorções entre os estados e municípios, já que uns avançam mais na idade que os outros. Assim, pontuamos a questão ao Ministério da Saúde, que vai tentar corrigir essa situação”, afirma o secretário.
Durante o encontro virtual, o ministro da Saúde foi enfático ao afirmar que o retorno das aulas não depende somente da vacinação integral dos professores. Ele disse que já há um movimento dos estados para que os alunos retornem às salas de aula. “Em Goiás retornaremos em agosto com a grande maioria dos professores, quiçá a totalidade deles, já vacinados”, reforçou Ismael Alexandrino.
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