Goiás conta a partir de hoje com um Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri). A nova unidade funciona em prédio anexo à Escola Superior da Polícia Civil, localizado no Jardim Bela Vista, em Goiânia. O objetivo da especializada, que será chefiada pelo delegado Joaquim Adorno, é investigar crimes de injúria racial, homofobia e demais delitos envolvendo práticas de intolerância ou discriminação contra as populações vulneráveis.
Com a unidade, a Polícia Civil espera dar respostas a condutas que, até pouco tempo, não eram consideradas criminosas e que, por vezes, não recebiam a devida atenção das autoridades.
O Geacri vai atuar não somente no âmbito criminal, mas também na conscientização da população e resgate da cidadania das vítimas de racismo, discriminação e intolerância, seja ela por cor, etnia, religião, condição, orientação sexual ou identidade de gênero. Para atender as vítimas de violência, os policiais foram treinados na Escola Superior da Polícia Civil (ESPC) para a demanda específica desses casos. O Geacri será também uma espécie de escola modelo. Os novos delegados terão que passar por lá e os demais farão uma reciclagem. A estratégia define uma política de atendimento da Polícia Civil voltada para a diversidade.
Segundo números divulgados no 15º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), no último dia 15 de julho, houve aumento de 29,8% nos crimes de racismo no país no ano passado, em comparação com 2019. O documento também registra crescimento, em escala nacional, das ocorrências de prática de crimes contra a população LGBTQIA+ e de estupro de, respectivamente, 24,7% e 20,9%.
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