A Maratona Bariátrica da Prefeitura de Goiânia, realizada pelo Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas), está levando esperança de vida melhor a dezenas de pessoas. A ação teve início na última quinta-feira (30/9) e vai até o final do ano. Ao menos 75 beneficiários do Imas serão submetidos ao procedimento cirúrgico. Servidores que aguardaram, em média, há um ano pela cirurgia relatam dificuldades diárias e expectativa de nova vida.
O número surpreende, uma vez que a previsão era a de realizar 12 cirurgias por semana, incluindo os finais de semana. “Estamos contentes com o resultado inicial, conseguimos realizar 7 cirurgias a mais do que o previsto nestas duas semanas iniciais, acredito que a meta será alcançada até dezembro”, destacou Júnior Café.
Atualmente existem 110 pessoas que deram entrada no processo para a realização da cirurgia, dos quais 67 estão aptos desde o dia 30 de setembro, e os demais aguardam laudos, exames e liberação de seus médicos. A Maratona Bariátrica conta com 4 hospitais e 6 médicos especialistas para o procedimento.
A caminho do Hospital São Lucas, no Centro de Goiânia, para realização da cirurgia, o jardineiro da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Jaderson Leandro Rodrigues, que tem 38 anos, contou que teve sua preparação interrompida pela pandemia em 2020.
“Estou ansioso e feliz. Ser obeso não é uma realidade fácil, a vida de um sedentário é difícil e complicada. Além da restrição física no trabalho, por conta do cansaço, a gente convive com piadas dos colegas, o que acaba atingindo a nossa saúde mental”, comenta.
Com a cirurgia marcada para outubro, a servidora Dulcelene Conceição da Silva, 47 anos, diz que “não vê a hora de recuperar a saúde e a boa auto estima.” Ela, que pesa 110 quilos, tem 1,58 de altura, hipertensão e diabetes, relata uma vida sofrida e com restrições.
“Entrar numa loja e ser vista como um ET, escolher uma roupa e não um saco qualquer, deixar para trás as dificuldades de locomoção, principalmente na hora de passar pela catraca do ônibus, dar adeus às dores nas costas e nas pernas por conta do peso. Tudo isso será maravilhoso. Ter saúde e qualidade de vida são os meus maiores desejos. Quero fazer coisas que hoje são impossíveis, como uma simples caminhada”, diz.
Assim como Jaderson, Dulcilene também já foi vítima de brincadeiras e constrangimento no trabalho, em razão da obesidade. “Muitas pessoas acham que somos desleixados, associam o peso à falta de coragem. É um preconceito igual ao racismo, a gente sofre demais”, desabafa.
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