A Secretaria Municipal de Saúde confirmou três notificações de surtos em unidades escolares da capital da síndrome mão-pé-boca ( SMPB) e divulgou nota informativa com orientações necessárias para identificação de quadro clínico, tratamento e medidas de prevenção e controle. O documento é direcionado às instituições de ensino do município, bem como pais e cuidadores.
Depois de relatar o caso do filho de 2 anos em um grupo de aplicativo de mensagens da unidade escolar que ele frequenta, a agente de viagens Helena Francesca Gomes percebeu que a criança estava com a SMPB. “Há dois dias, meu filho apresentava febre e, hoje, constatamos que se trata da síndrome mão-pé-boca por ele ter apresentado, ao acordar, feridas na região da boca e próximo às mãos também”, conta a mãe que, nesse período, não o levou para escola. “A princípio, estamos tratando as causas, como a febre, mas já buscamos mais orientações do pediatra do meu filho”, conta a mãe.
A infecção é causada, em geral, pelo vírus Coxsackie. O nome da doença, que é benigna, se dá em virtude das lesões na mucosa oral e erupções nas regiões das mãos, pés e boca, geralmente sintomas obrigatórios para o diagnóstico. “No entanto, também pode causar episódios de febre e prostração, com ou sem irritabilidade, mal-estar, náusea, vômitos, diarreia”, relata a diretora de Vigilância Epidemiológica, Grécia Pessoni. Ela acrescenta que as feridas podem doer, coçar e, por isso, as crianças são passíveis de apresentar dificuldade para engolir, além de uma salivação excessiva.
A síndrome mão-pé-boca é contagiosa e muito comum em crianças. Ainda que atinja, frequentemente, menores de 6 anos, pode acometer também indivíduos adultos. A transmissão se dá pelo contato, por gotículas respiratórias contendo o vírus, como, por exemplo, saliva e muco nasal, fezes, além do manuseio em superfícies e objetos contaminados. “Saliva, secreção de tosse e até mesmo contato com o líquido que sai das bolhas dos indivíduos doentes também transmitem a doença”, explica Grécia.
A diretora de Vigilância Epidemiológica informa que estudos relatam a primeira semana de sintomas como a de maior risco de transmissão. “O tempo de incubação varia de três a cinco dias, o que contribui para alta taxa de transmissibilidade e evidencia a necessidade de evitar o contato com outros indivíduos”, orienta Grécia Pessoni, alertando que quem pega uma vez pode ser acometido novamente, já que o vírus é mutante e não existe vacina.
Como não há vacina contra o vírus causador da síndrome mão-pé-boca, é fundamental adotar medidas adequadas de higiene pessoal e do ambiente, além do isolamento social dos doentes. Sempre que a criança apresentar os sintomas, é importante procurar avaliação médica imediata para orientação e tratamento adequado. As lesões orais podem dificultar a deglutição. Por isso, é preciso cuidar da hidratação das crianças.
Para se prevenir e interromper as cadeias de transmissão em ambientes escolares, algumas medidas devem ser adotadas, como lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente depois de trocar fraldas e usar o banheiro. Também, promover a limpeza e desinfecção de superfícies frequentemente tocadas e itens sujos, incluindo brinquedos, bem como o descarte adequado das fraldas e artigos com fezes. Por fim, evitar contato próximo, como abraçar ou compartilhar utensílios, copos e alimentos.
A nota da Secretaria Municipal de Saúde ressalta a necessidade de familiares, cuidadores e professores ficarem atentos, pois os sintomas começam com febre alta (38-39,5ºC), gânglios aumentados (íngua no pescoço), falta de apetite, dificuldade para deglutir, manchas vermelhas com vesículas branco acinzentadas na boca, amígdalas e faringe.
Por isso, a orientação é que as instituições educacionais de Goiânia notifiquem a ocorrência de dois casos ou mais ao Cievs da SMS. Para mais esclarecimentos ou notificação de surtos, os contatos são os números (62) 3524-3389 em dias úteis ou o plantão do Cievs (62) 99689-7470 (período noturno, finais de semana e feriados). Ainda, o e-mail:cievsgoiania@gmail.com
Leave A Comment