O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), vai ofertar aos alunos matriculados no 6º, 7º e 8º ano do Ensino Fundamental, com idade acima da compatível para a série que frequentam, oportunidade de conclusão dos estudos de forma acelerada. A ação é parte da retomada do programa Aprender para Avançar (APA), lançado em 2019 e paralisado no ano seguinte pela pandemia da Covid-19. Desta vez, o programa será implementado em parceria com a Fundação Roberto Marinho.
O início do programa será em maio deste ano, em 75 escolas estaduais. Aproximadamente, 1,5 mil estudantes devem aderir ao APA. A reorganização das turmas, que deverão ter entre 15 e 30 estudantes, é planejada pela Seduc, por meio das Coordenações Regionais de Educação (CREs), e pelas equipes gestoras de cada escola.
Os estudantes que estão em distorção idade-série terão a opção de deixar suas turmas regulares e formar uma nova turma do APA. A turma multisseriada poderá concluir o Ensino Fundamental em 18 meses e, dessa forma, avançar para o Ensino Médio em 2024.
O objetivo do Aprender para Avançar é garantir ensino de qualidade e de forma acelerada para alunos com distorção idade-série, combatendo a evasão escolar. Visa também alcançar a segunda meta dos planos estadual e nacional de Educação, de assegurar que pelo menos 95% dos estudantes concluam o Ensino Fundamental até os 14 anos de idade.
Segundo a gerente de Ensino Fundamental/Anos Finais da Seduc, Márcia Faleiro, hoje há cerca de 16 mil estudantes matriculados do 6º ao 9º ano da rede pública estadual que apresentam distorção idade-série. Em relação ao quantitativo total, esses alunos representam 8% dos estudantes. “Nossa intenção é abrir mais turmas de APA em 2023 e 2024 para alcançarmos a meta do PNE”, afirmou a gerente da Seduc.
Os alunos do Aprender para Avançar terão material didático específico e serão acompanhados por dois professores mediadores (o primeiro da área de Matemática e o segundo de outra área do conhecimento ou pedagogo). Enquanto o mediador I será responsável pelas aulas de Matemática e Ciências da Natureza, o mediador II estará à frente das áreas de Linguagens e Ciências Humanas. Todos os professores do programa vão passar por quatro formações no decorrer de 2022 e 2023.
“O professor do APA é um mediador do ensino. Ele não será um orador de aula, ele vai levar o estudante a construir o conhecimento, de forma ativa”, explicou a coordenadora da Fundação Roberto Marinho, Karen Lucena. A metodologia de ensino será baseada na integração de conhecimentos e contextualização de problemas do cotidiano. O cronograma será divido em quatro módulos que vão abordar eixos temáticos de construção da identidade, de protagonismo e de projeto de vida.
O coordenador de projetos da Fundação Roberto Marinho, Ricardo Pontes, contou que a metodologia do programa Aprender para Avançar já foi aplicada em 10 estados brasileiros, desde 1998.
“Em todos os estados tivemos um feedback positivo. Os alunos não só concluíram e avançaram para o Ensino Médio, como foram impactados na vida deles. Esse é um projeto que muda a vida de muitas pessoas: do professor, do aluno e da família do estudante”, afirmou Pontes.
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