O governador Ronaldo Caiado esteve, na noite desta terça-feira (10/05), em reunião no Ministério de Minas e Energia (MME), em Brasília, buscando tratativas sobre as condições da atual concessionária de distribuição de energia em Goiás, a Enel Distribuição, sucessora da estatal Celg-D, vendida na gestão anterior e em torno da qual gira a possibilidade de venda.
Caiado reiterou os questionamentos quanto às negociações empreendidas pela companhia italiana para a venda da antiga Celg-D, apontamentos já apresentados ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. “Como uma empresa como a Enel pode alegar que não tem conhecimento da legislação brasileira?”, ponderou. “Eles estão agindo na clandestinidade”, alertou ao citar a falta de transparência, até mesmo, junto aos órgãos de controle, como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Para Caiado, o desempenho da empresa, em relação às metas e exigências de contrato, está aquém do compromisso firmado, com “prejuízos diários” em todos os segmentos da economia e ao cidadão comum. “Já é insustentável e a situação hoje caminha para a caducidade, ou seja, a Enel chegou ao total desleixo com as exigências para fazer com que o goiano tivesse uma correta distribuição de energia e está fadada, neste momento, a perder a concessão em Goiás”, afirmou.
“Há cinco anos fizeram essa privatização criminosa e impuseram aos goianos todos esses prejuízos”, acrescentou o chefe do Executivo estadual ao lembrar que os problemas têm sido protelados. A Celg-D, que havia sido federalizada em 2011, foi vendida por R$ 2,2 bilhões, cabendo a Goiás cerca de R$ 1,1 bilhão, ou R$ 800 milhões líquidos. O passivo deixado pela empresa, no entanto, assumido pelo Tesouro Estadual, passou dos R$ 7,5 bilhões – somando o empréstimo com a Caixa Econômica Federal, de cerca de R$ 2,5 bilhões e outros R$ 5 bilhões em outorga de ICMS à Enel.