Goiás é o Estado que menos perde água na distribuição em todo o País. É o que revela um estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil em todas as unidades de federação. Enquanto a média nacional é de 40%, o estado apresenta índice abaixo de 30%.
O estudo foi elaborado com base em dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis), com referência ao ano de 2020. De acordo com o Novo Marco do Saneamento, os Estados e o Distrito Federal devem alcançar a marca de 25% de perdas até o ano de 2033. Com mais de 10 anos de antecedência, Goiás está próximo de atingir a meta.
As perdas na distribuição correspondem ao volume de água disponibilizado, mas não contabilizado ou utilizado pelos consumidores. A situação é provocada, entre outras razões, por vazamentos, pressões altas nas redes, problemas na operação dos sistemas, ligações clandestinas, irregularidades na medição de água, submedição dos hidrômetros e ausência de programas de monitoramento de perdas.
A redução dos índices é tratada como ponto estratégico no planejamento da estatal goiana Saneago. Um dos exemplos é o investimento constante, como a instalação de válvulas redutoras de pressão com Sistema DayNight. O equipamento reduz gradualmente a pressão do sistema para o patamar mínimo durante o período noturno, quando o consumo é menor, e aumenta de maneira gradual no início da manhã. A estratégia promove maior vida útil para as redes de distribuição, reduzindo os vazamentos e consequentemente, o desperdício.
Além disso, são empreendidas outras ações como a operação caça-vazamentos para a identificação e retirada de vazamentos visíveis e não visíveis; reestruturação das redes de distribuição em todo o Estado; e treinamento de equipes para o combate ao desperdício. A direção da Companhia ressalta que o objetivo é aumentar os investimentos e intensificar as medidas de combate às perdas no planejamento da empresa. E, com isso, reduzir ainda mais o índice, em 2022, em todos os municípios atendidos pela Saneago.
Goiânia foi destaque positivo no estudo. É a melhor colocada no ranking entre as capitais brasileiras, com índice de perdas em 18%, já bem abaixo do limite estipulado pelo Novo Marco do Saneamento. Dentre os municípios mais populosos do país, Aparecida de Goiânia também está em evidência, com taxa de 22%, e figura entre os oito municípios classificados com “padrão de excelência” no quesito.
As duas cidades, inclusive, apresentam percentual de perda de água menor que Londres (28%) e Hong Kong (25%), por exemplo. Além do aspecto econômico, com a contenção de custos operacionais, o intenso trabalho com a redução dos índices também garante a regularidade ao abastecimento no período de estiagem.
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