A cidade de Goiânia é conhecida pelo tombamento de seu Conjunto Arquitetônico Art Déco e Urbanístico, que completou 19 anos no último mês. Foi planejada e construída para ser a capital do estado de Goiás, por iniciativa do político goiano Pedro Ludovico Teixeira. Foi projetada pelo urbanista Attilio Corrêa Lima e pelo engenheiro Armando Augusto de Godoy e impressiona pela racionalidade de seu traçado e pelas construções em art déco.
Esta história é retratada no livro “Arquitetura Residencial em Goiânia – Décadas de 1930 a 1970”, lançado pelo Instituto do Patrimônio Artístico Nacional (Iphan). A obra é fruto de estudo realizado por pesquisadores, arquitetos, geógrafos e acadêmicos, com o objetivo de inventariar as linguagens arquitetônicas presentes em residenciais goianienses.

Apesar da linguagem art déco ser predominante em prédios públicos localizados no centro da cidade, o mesmo não ocorre em residências. O inventário revelou que, além da art déco, há outras linguagens arquitetônicas que fazem parte da história da arquitetura residencial de Goiânia.

O superintendente do Iphan-GO, Allyson Cabral, explica que o lançamento do livro “Arquitetura Residencial em Goiânia – Décadas de 1930 a 1970”, foi possível por meio de parceria entre o Instituto e a Universidade Federal de Goiás (UFG).

A coordenadora da pesquisa pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Eline Mora, pontua que a identificação desse patrimônio é o enfoque do inventário. “A modo de contribuir para futuros estudos e intervenções em prol de sua preservação e valorização”, afirma.

A intenção da pesquisa foi também ampliar o olhar para as construções da cidade, para além do art déco, identificando outras oito linguagens arquitetônicas: casa-tipo, eclético sintético, eclético tipológico missões, eclético tipológico neocolonial, eclético sintético tipológico normando, modernista, modernista de transição e brutalista, conta o superintendente.

“A metodologia adotada para a construção do inventário é o Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão (SICG) do Iphan, juntamente com a experiência de outros inventários da Instituição, a fim de estabelecer um sistema que vai desde o reconhecimento até a gestão dos bens”, explica Dafne. Conforme a coordenadora da pesquisa pelo Iphan-GO, ele é dividido em três Módulos: M1 – Conhecimento; M2 – Análise e Gestão; e M3 – Cadastro. Para este inventário em específico foram utilizados os Módulos 1 e 3.

Durante os dois anos de estudo, entre 2015 e 2016, foram identificadas 339 residências, entre elas 25 conjuntos que variam quanto ao estado de conservação, nos setores Central e Sul.  “Esta é uma pesquisa inédita que faz um estudo minucioso das residências históricas da capital, no período das décadas de 30 a 70”, pontua Cabral.

Texto CAU/GO