As aldeias indígenas das etnias tapuia e karajá, localizadas, respectivamente, nos municípios de Rubiataba e Aruanã recebem   equipes da Gerência de Povos Tradicionais da Secretaria de Desenvolvimento Social que faz um levantamento de demandas nas áreas de saúde, educação e social e avalia a necessidade de ampliar o alcance de políticas públicas para essa parcela da população.

O cacique Raul Hawakat, da aldeia Karajá, afirma que o apoio governamental é importante para evitar que o grupo viva a mesma situação enfrentada pelos yanomami no Norte do país. “Isso nos tranquiliza, pois sabemos que temos amparo”. As visitas são frequentes e os indígenas possuem todos os direitos assegurados:

As demandas consolidadas com o levantamento situacional são repassadas para as respectivas áreas do Governo de Goiás para que sejam atendidas. É feito o cadastramento em programas sociais como Mães de Goiás, Aprendiz do Futuro e Crédito Social.

Também há investimento na oferta de escolas. O cacique Dorvalino Augusto da Silva destacou a diferença que a Escola Estadual Indígena José Borges tem feito na comunidade. “Não tem nada melhor que ver os meninos estudando com matérias que respeitam nossa cultura e valores”, disse. “Antigamente a gente tinha que sair daqui para estudar, enfrentando o preconceito. Hoje podemos dar aulas para os nossos alunos de cabeça erguida”, completou a professora Sebastiana Vieira dos Santos.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o território goiano concentra 8.583 indígenas. Desses, apenas 336 vivem em terras próprias, o que corresponde a 4%; os outros 8.247 (96%) residem fora delas. Em Goiás, existem cinco reservas e três grupos indígenas: os karajá  (Aruanã), os tapuia (Rubiataba) e os avá-canoeiro (Minaçu).

Pela primeira vez foi realizada a inclusão dos povos originários no Conselho Estadual da Igualdade Racial e Combate ao Preconceito (CEDHIRCOP-GO), com garantia de assento exclusivo de seus representantes, sendo um titular e um suplente. Integrantes das aldeias participaram de capacitação no Programa Goiás Sem Racismo e quatro famílias indígenas da etnia Xavante, no município de Uruaçu, também receberam atendimento, tendo sido cadastradas no programa de energia social e aluguel social.