A Polícia Rodoviária Federal (PRF) está, cada vez mais, fechando o cerco aos motoristas que insistem em dirigir sob o efeito do álcool nas rodovias federais brasileiras. O número de comandos da Lei Seca no primeiro trimestre deste ano cresceu 51% em relação ao mesmo período do ano passado. Enquanto em 2023 foram realizadas 13.379 fiscalizações, no ano passado foram 8.839.
Segundo balanço parcial fornecido pela entidade, houve uma redução de cerca de 20% no número de autuações por descumprimento da Lei Seca . No primeiro trimestre de 2022 a PRF registrou 4.393 autuações por dirigir sob o efeito do álcool. No mesmo período de 2023 foram 3.518 registros.
No balanço do primeiro trimestre, o número de acidentes teve ligeira alta de 2,8% e o de feridos, alta de 5,6%. O número de mortos, apesar de ter caído 3,64%, continua alto. Nos três primeiros meses de 2023, a cada duas horas uma pessoa morreu nas rodovias federais brasileiras, um total de 1.242 vítimas fatais.
“Esse número é inaceitável e a ideia do Maio Amarelo é promover esse inconformismo na população, ampliando o entendimento de que nenhuma morte no trânsito é aceitável .O mesmo trânsito que outrora foi tão midiático pelas trágicas flexibilizações na Lei pelo governo anterior, precisa resgatar o protagonismo da segurança, através da ampliação da fiscalização regular e itinerante, campanhas publicitárias, educação para o trânsito, participação popular e também da revogação de grande parte das leis sancionadas no último governo, que sob a justificativa de desburocratização trouxe, na verdade, o aumento expressivo da insegurança viária”, avalia diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego, Alysson Coimbra.
Estudos científicos relacionam o consumo de álcool ao aumento de sinistros de trânsito. Levantamento de 2016 do Instituto Médico Legal de São Paulo mostrou que cerca de 40% das vítimas fatais de trânsito registraram presença de álcool no sangue. “Não faltam dados científicos para confirmar a importância da Lei Seca, mas ainda existe, na população, a ideia de que é aceitável dirigir depois de beber. É preciso reforçar que não há limite seguro de consumo de álcool para se pegar o volante. Além das intensificações nas blitze, que já vem sendo feita nas rodovias federais, é preciso penas mais duras para quem comete o crime de dirigir sob o efeito de álcool e substâncias psicoativas”, explica Coimbra.
Balanço trimestral PRF
Dados 1º trimestre de 2022
Acidentes: 15.087
Feridos: 17.250
Mortos: 1.289
Dados 1º trimestre de 2023
Acidentes: 15.512
Feridos: 18.231
Mortos: 1.242
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