Goiás registrou 11 mortes entre 2019 e 2022 por leishmaniose visceral. Tema da Semana Nacional de Controle e Combate à Leshmaniose, de 8 a 15 deste mês, as doenças zoonóticas (transmitidas dos animais para o homem) são causadas por protozoários do gênero leishmania e incluem ainda a leishmaniose tegumentar, que atinge pele e mucosas. “É a doença com que a gente tem a maior preocupação, porque ela pode causar formas graves e, inclusive, levar a óbito crianças, idosos e pessoas debilitadas”.
“A prevenção é possível, e o controle também, mas precisamos da colaboração das Secretarias Municipais de Saúde (SMSs) e, principalmente, da população”, afirma a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES), Flúvia Amorim. A leishmaniose visceral, que atinge os órgãos internos ,é o principal foco da campanha, acrescenta Flúvia Amorim.
Técnicos da SES recomendam para quem mora perto de áreas de mata, o uso de repelente, mosquiteiro, uso de roupas de manga comprida, poda de árvores para manter o ambiente com luminosidade, e limpeza de lixo nos quintais. Doenças não contagiosas, as leishmanioses são transmitidas pelo mosquito do gênero Lutzomyia, ou mosquito-palha, birigui e cangalhinha. A transmissão ocorre quando uma fêmea do vetor pica cães ou outros animais infectados e, depois, seres humanos.
A SES disponibiliza testes diagnósticos aos municípios para a detecção das doenças. Para a leishmaniose tegumentar, o diagnóstico é feito por meio do raspado da lesão. Já na leishmaniose visceral, é realizado o teste rápido, que pode ser feito no próprio leito do paciente. O Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen) realiza os exames. O tratamento da doença também é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Além da distribuição dos kits de testes rápido, a secretaria ainda atua no monitoramento da doença, com a elaboração de estratégias, bem como de capacitação técnica de profissionais das SMS. Quando necessário, a pasta realiza inquérito para leishmaniose visceral canina, com auxílio da unidade móvel de zoonoses, e instala armadilhas para captura do vetor.
Desde 2021, o Ministério da Saúde incorporou as coleiras impregnadas com inseticidas ao SUS como ferramenta adicional no controle e prevenção da leishmaniose visceral. Os acessórios repelem o mosquito-palha, vetor da doença, e são ofertados aos municípios considerados prioritários. As coleiras devem ser trocadas a cada seis meses. Em Goiás, entre 2019 e o primeiro semestre deste ano, foram registrados 3.242 casos de leishmaniose visceral canina.
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