Com a coordenação da vereadora Kátia Maria (PT), a Câmara Municipal de Goiânia deu início nesta terça-feira (19) à 2ª etapa da Expedição Rio Meia Ponte. O projeto tem por objetivo fazer um diagnóstico da situação do principal rio que corta Goiânia e também conta com ações de educação ambiental e limpeza do manancial.
“Fizemos uma primeira etapa na cheia, então o volume de água mascara algumas situações e há uma diluição maior de resíduos que são jogados de forma irregular no leito do Meia Ponte”, explica a vereadora. “Agora, com essa segunda etapa, queremos identificar outras situações e também fazer um comparativo do comportamento do rio na época de chuva e na seca”, completa. A Mesa Diretora da Câmara de Goiânia, presidida pelo vereador Romário Policarpo (Patriota), designou Kátia para a coordenação da Expedição Meia Ponte em março deste ano.
A Expedição Rio Meia Ponte teve sua primeira etapa realizada no mês de março. Durante seis dias, cerca de 30 pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) e do Instituto Federal de Goiás (IFG), além de técnicos da Saneago, desceram de barco os 40 km do rio, dentro do município de Goiânia, identificando pontos de degradação, assoreamento, poluição, descarte irregular de lixo e de esgoto, ocupação e desmatamento indevido das margens. Os pesquisadores também recolheram amostras da água, solo, fauna e flora para identificar, em laboratório, as condições do rio.
Paralelo a isso, equipes também percorreram as margens do rio e os bairros que são cortados por ele, realizando ações de conscientização e educação ambiental. Todo o material observado e recolhido deu origem à Carta das Águas do Meia Ponte, o maior e mais completo estudo já realizado sobre o manancial.
A expedição é científica e não tem caráter fiscalizatório ou punitivo, mas todas as irregularidades observadas e incluídas na Carta das Águas foram reportadas aos órgãos competentes. Na 1ª etapa, por exemplo, foram identificados 31 pontos de assoreamento, 2 aterramentos, 9 erosões lineares, 4 erosões fluviais, 1 rompimento de manilha e duas “atividades impactantes não coincidentes com usos urbanos (pivôs de irrigação e mineradora)”.
A 2ª etapa da Expedição Rio Meia Ponte busca agora avaliar a situação do rio na época de seca. Até o dia 22 de setembro, as equipes percorrerão novamente o rio, por água e por terra, principalmente nos pontos mais críticos identificados pela primeira etapa. São locais como as margens na Vila Roriz, Balneário Meia Ponte, Setor Jaó e Vila Monticelli, entre outros.
A nova etapa conta também com apoio da Comurg, que disponibilizou 30 servidores para realizar a limpeza das margens e do leito do Meia Ponte. O trabalho conta ainda com a instalação de três ecobarreiras, que são estruturas flutuantes que, ao serem instaladas transversalmente em rios, permitem o bloqueio do escoamento de resíduos como plástico e isopor. “Claro que não vamos conseguir limpar o rio todo só nesses dias”, afirma a vereadora Kátia. “É um trabalho a médio e longo prazo, mas queremos manter essa ação de forma permanente e com a ajuda da população”.
Educação ambiental- O envolvimento da população faz parte também do projeto. Nas vilas Roriz e Monticelli foram instaladas tendas na margem do rio onde serão realizadas palestras e oficinas de educação ambiental. “Só vamos mudar a condição do Rio Meia Ponte se conseguirmos conscientizar a população e o Poder Público da sua importância”, ressalta Kátia.
“As ações de educação ambiental ajudam nesse processo de conscientização e de envolvimento das pessoas. A observação e as palestras orientam sobre a destinação correta do lixo produzido em casa, a importância de reflorestar, de economizar água e de outras medidas simples que podem ser tomadas em casa e que farão a diferença”, acrescenta a vereadora.
A Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte é a principal fornecedora de água para a Região Metropolitana de Goiânia, sendo responsável por pelo menos 50% da população goiana. Mas como todo rio que corta grandes centros urbanos, o Meia Ponte sofre com diversas ações do ser humano que vão muito além da poluição, principalmente neste trecho que corta Goiânia. “Salvar o Meia Ponte é, portanto, salvar a nossa existência porque é ele que abastece de água as nossas casas”, destaca Kátia. “Temos todos que abraçar o Meia Ponte”, conclui.
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