O Museu de Arte de Goiânia (MAG), unidade da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), promove a exposição “Mauricinho Hippie – Entre arte e vida, ser ou não ser”. A abertura será neste sábado (23/9), às 8h, ao ar livre, em frente ao MAG, no Bosque dos Buritis, e a exposição segue virtual até o dia 31 de dezembro no link https://museudeartedegoian.
Quem visitar a exposição vai conferir registros em fotos, quadros e objetos pessoais de Maurício Vicente de Oliveira, mais conhecido como Mauricinho Hippie, criador da Feira Hippie, personalidade conhecida em Goiânia, lembrada por muitos pela sua autenticidade no jeito de se comunicar, se vestir e andar pelas ruas da cidade, de forma sempre muito irreverente em sua bicicleta cor de rosa, na companhia de seu cachorro poodle. Ele estará presente na abertura oficial, das 10h às 11h, para receber os cumprimentos de quem quiser relembrar e revisitar as décadas de 60 a 90.
A curadoria da exposição é de Antônio Da Mata, diretor do MAG, que conheceu Mauricinho há muitos anos e passou a admirar sua história. “Sem sombra de dúvidas um grande artista da cultura popular. Mauricio sobreviveu a tempos difíceis, enfrentou família, doenças, acidente em que perdeu um pé e mesmo assim sempre foi símbolo de alegria, se destacando por onde passava, principalmente na região central da cidade. Morava em uma casa rosa, tinha uma bicicleta rosa, um cachorro rosa, na cestinha. Por onde passava era reconhecido. Um talento nato para criar personagens. Por isso, com muita satisfação o MAG realiza essa exposição”, afirma Da Mata.
Maurício Vicente de Oliveira, o Mauricinho, nasceu em Minas Gerais, mas chegou a Goiânia aos 9 anos de idade. Pelas ruas ele declamava poesias, fazia apresentações artísticas vestido de personagens e principalmente atuava em defesa dos direitos dos homossexuais em uma época bem conservadora.
“Mauricinho “abalava” sempre que aparecia publicamente nos idos anos 60 e 70 do século passado em Goiânia; numa época em que os jovens, no mundo inteiro, por meio da “contracultura”, puseram em xeque a cultura ocidental de origem mediterrânea e a supremacia do homem-branco-macho-adulto-
Quem teve o privilégio de ver Mauricinho em uma de suas “aparições” (até os anos de 1990, quando um acidente o força interromper), certamente não tem dúvidas de que esteve diante de um fenômeno artístico ou de uma obra de arte. Das suas inúmeras aparições restaram algumas imagens que dão uma pálida noção da força que nutria suas ações, embora forneçam delas um valioso registro por meio do qual Maurício Vicente de Oliveira ficará para sempre gravado na história desta cidade como O mauricinho hippie – artista e criador da feira Hippie. (Trecho do texto “Maurício Hippie, o homem que coloriu Goiânia, de Carlos Brandão, para o Jornal da Imprensa, em 2011)”.
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