O Centro Cultural Octo Marques recebe nesta terça-feira, 31,  a exposição Pantera Solidão, do artista visual goiano Benedito Ferreira. A individual será aberta às 19h, e fica disponível para visitação até o dia 7 de janeiro de 2024, de segunda a domingo, das 9 às 17h. A entrada é gratuita.

Com curadoria de Divino Sobral, a exposição traz um conjunto de 39 obras inéditas de Benedito, que permite um mergulho no mundo do artista a partir de arquivos fotográficos e audiovisuais coletados em mais de uma década. O objetivo é revelar o interesse do criador pelas narrativas contidas nos antigos álbuns fotográficos de famílias e imagens capturadas em suas viagens à Islândia e à França.

Na mostra, o artista propõe vários ambientes começando com “Alfabeto do Gelo”, onde ele busca uma conexão poética entre dois mundos aparentemente distantes, unidos apenas por um canto hipnotizante em língua islandesa. As obras da série “O Bastardo” são uma jornada visual que revela o interesse de Benedito na desconstrução criativa da memória visual. Para compor seu trabalho, o artista realiza um ato de “desossamento” meticuloso, extraindo delicadamente as páginas dos álbuns fotográficos e expondo sua essência crua e fragmentada.

Outra face mostrada é seu lado poético, onde os visitantes poderão contemplar uma variedade de técnicas e elementos adicionais, como adesivos, fotopintura, figuras colecionáveis, quadros fotográficos e penduricalhos, que dão as pistas da imagem intrusa, que se degenera sutilmente entre as páginas presas por pregos nas paredes do Octo Marques.

“Pantera Solidão é uma representação viva da ambiguidade e da complexidade da memória. A exposição nos convida a explorar não apenas as imagens em si, mas as conexões quebradas. Todas as obras buscam desafiar os limites do que é possível no gesto de colecionar imagens e nos levam a refletir sobre a fragilidade e a resiliência da memória”, destaca o artista.

Benedito Ferreira é artista visual e pesquisador. Suas investigações artísticas estão centradas na imagem como escrita, na poética dos arquivos, suas montagens e apagamentos dos limites entre “documento” e “ficção”. Trabalha com audiovisual, objetos, instalação e fotografia.

Nos últimos anos, Benedito Ferreira mostrou trabalhos em instituições e espaços culturais, como Museu de Arte Contemporânea de Goiás, Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (Portugal), The Room Projects (França), Art Space BLECH for Contemporary Art (Alemanha), Center for Contemporary Art Tbilisi (Geórgia) e Czong Institute for Contemporary Art (Coreia do Sul).

Suas obras também integram o acervo do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA – RJ), Museu de Arte Contemporânea de Jataí (GO), Museu da Imagem e do Som de Goiás (MIS – GO), Pinacoteca Municipal Miguel Dutra (SP), Netherlands Institute for Sound and Vision (Holanda), Itaú Cultural (SP) e coleções particulares.