Até dezembro, 58 fiscais estaduais agropecuários vão percorrer 66 propriedades rurais comerciais e sete viveiros de mudas de citros nas principais regiões produtoras para realizar levantamento fitossanitário e levar orientações a produtores. O monitoramento teve início em outubro e ocorrerá em 43 municípios goianos. Com a ação a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), busca a prevenção de pragas e doenças como Cancro Cítrico e HLB/Greening com o objetivo de assegurar a sanidade vegetal da produção e qualidade do fruto cítrico (laranja, tangerina e limão) no estado.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), Goiás ocupa a 8ª posição em produção de citros no país, tendo produzido 192.052 toneladas no ano de 2022. O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, afirma que o levantamento fitossanitário é importante para assegurar a qualidade da produção. “É uma ação que envolve a participação de produtores e proprietários de viveiros, que são nossos parceiros e entendem a relevância de evitar que pragas e doenças acometam e se proliferem nas áreas de citros, podendo causar prejuízos econômicos para toda uma cadeia produtiva”.
A gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, alerta para a importância da aquisição de mudas oriundas de viveiros devidamente registrados no Ministério da Agricultura e fiscalizados pela Agrodefesa para evitar a disseminação de pragas. “Aqueles produtores que tiverem interesse em adquirir mudas de outras unidades da federação devem estar cadastrados no Sistema de Defesa Agropecuário de Goiás (Sidago) no site da Agrodefesa (www.agrodefesa.go.gov.br), e preencher o formulário eletrônico ‘Autorização para Aquisição de Mudas’”, acrescenta.
Ao término do levantamento, será elaborado relatório técnico com os dados consolidados para auditoria e parecer do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Mediante resultados obtidos, será publicado o status fitossanitário da praga em Goiás, favorecendo assim a rastreabilidade e qualidade dos frutos comercializados dentro e fora do estado.
O Cancro Cítrico é considerado uma das doenças bacterianas mais prejudiciais à cultura dos citros, devido ao alto potencial de disseminação e difícil controle, podendo ocasionar a necessidade da erradicação total do pomar. A coordenadora do programa de Citros da Agrodefesa, Mariza da Silva Mendanha, explica que Goiás detectou a doença pela primeira vez em 2018 e desde então medidas fitossanitárias são adotadas, sistematicamente, para a erradicação da doença. “É importante que o produtor fique atento porque os sintomas podem aparecer em galhos, folhas e nos frutos com pústulas em alto relevo, causando queda das frutas e inviabilizado o comércio”.
Já o HLB/Greening é considerado a pior praga mundial em citros. Em Goiás, não há registro de sua ocorrência, mas já foi identificada em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, o que faz com que seu monitoramento seja incluindo no levantamento fitossanitário goiano. Caso seja constatada ocorrência, a única forma de erradicá-la é eliminando todas as plantas do pomar. No estado de Goiás, é realizado armadilhamento e monitoramento o ano todo em seis pontos estratégicos de riscos, localizados em cinco municípios, e em divisa com outros estados.
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