A partir desta sexta-feira, 15, ruínas de um povoado do século XVIII, que hoje ficam no meio de uma fazenda, a cerca de 13 km do centro histórico da Cidade de Goiás (GO), serão transformadas em um museu a céu aberto. Às 15h, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)  celebra a conclusão das obras de escoramento, consolidação e musealização das Ruínas do Antigo Arraial de Ouro Fino. 

As obras começaram no início de 2023 e custaram R$ 1 milhão, recurso proveniente de medida compensatória de ajustamento de conduta, relacionada ao licenciamento ambiental de uma empresa mineradora. Além do escoramento e consolidação das ruínas do arraial, o projeto também contemplou serviços de impermeabilização nas pedras de adobe e a implementação de uma estrutura para receber visitantes, como calçamento, bancos, alambrado, paisagismo – incluindo 3 mil m2 de grama plantados – e placa informativa sobre o local. Todas essas intervenções foram precedidas por pesquisa arqueológica da equipe do Iphan em Goiás, que orientou, apoiou e acompanhou a execução do projeto desde sua concepção. 

Durante a execução do projeto, o Iphan contou com a parceria do Governo do Estado de Goiás, que, por meio da Secretaria de Cultura de Goiás (Secult), elaborou o projeto arquitetônico, e, em paralelo, iniciou o processo de tombamento estadual de Ouro Fino. Na cerimônia desta sexta, será firmado também um Termo de Cooperação entre o Iphan e a Prefeitura da Cidade de Goiás, para manutenção do museu a céu aberto. 

Fundado em 1727, por Bartolomeu Bueno da Silva Filho, o antigo Arraial de Ouro Fino foi um dos primeiros povoados de Goiás, recebendo visitantes atraídos pelo ouro do Rio Uru. Outrora uma vila próspera, o local chega a ser citado num dos clássicos da música sertaneja, a canção “Chico Mineiro”, de Tonico e Tinoco. Hoje não mais habitado, atrai turistas e pesquisadores por sua importância histórica na gênese de Goiás, com ruínas de casarios, da antiga Igreja de Nossa Senhora do Pilar e de outras estruturas remanescentes que ajudam a contar um pouco da vida e do trabalho dos antigos moradores da região, durante o Ciclo do Ouro.