Os bancos indígenas da Coleção BEĨ serão expostos pela primeira vez em Goiás. As 258 peças apresentadas foram esculpidas por artistas de 40 etnias que habitam o Território Indígena do Xingu, a Amazônia brasileira e Santa Catarina. A mostra também apresenta registros – imagens e vídeos, do fotógrafo Rafael Costa. A exposição acontece em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura de Goiás (Secult Goiás), de 7 de fevereiro a 26 de maio, na Vila Cultural Cora Coralina, na Rua 3, s/n, no Centro de Goiânia. A abertura da exposição será realizada no dia 6 de fevereiro, a partir das 18h30, e contará com a presença de seis dos artistas da mostra: Karin Juruna, Tukura Assurini, Rael Xakoiapari Tapirapé, Uruhu Mehinako, Waxamani Mehinako e Kulikyrda Mehinako.
Os bancos indígenas estão entre a arte e o artefato, o objeto sagrado e a mercadoria, a tradição e a experimentação, preservando características que revelam a grande sofisticação estética dos povos originários do Brasil. Feitos em madeira, muitas vezes em formato de animais ou geométricos, decorados com grafismos ou coloridos com pigmentos diversos, eles espelham o universo cultural e a cosmologia das etnias que os criam e ajudam a reconstruir toda a variedade, a diversidade e o refinamento das culturas ancestrais brasileiras, que permanecem vivas e em contínua transformação.
Agora, o público goiano terá a oportunidade de compartilhar do deslumbramento estético com a beleza das formas, cores, grafismos e texturas dos bancos indígenas brasileiros que deu origem à Coleção BEĨ. A trajetória da coleção, no entanto, não parou no encantamento, mas seguiu em direção a uma compreensão mais profunda de seus significados. Difundir esse aprendizado é um objetivo da exposição. A Vila Cultural Cora Coralina disponibiliza visitas guiadas para grupos de escolas e faculdades. O agendamento pode ser feito pelo telefone 62 3201-9863 ou pelo e-mail vilacultural.coracoralina@gov.
Sobre a Coleção BEĨ – A Coleção BEĨ de Bancos Indígenas abrange mais de 1.300 peças oriundas de povos de diferentes regiões: Alto e Baixo Xingu, sul da Amazônia/Centro Oeste, norte do Pará e Guianas e noroeste amazônico. Os bancos aliam funcionalidade e beleza; ao mesmo tempo que são reconhecidos como objetos de arte e design, preservam sua dimensão religiosa e simbólica.
Por sua extensão e importância, a Coleção BEĨ é hoje uma referência em arte indígena brasileira. Seus bancos vêm sendo expostos em instituições do Brasil do mundo, contribuindo para abrir novos horizontes de reflexão sobre as complexas inter relações entre as artes tradicionais e a cultura contemporânea.
Sobre Rafael Costa – Graduado em arquitetura pela Universidade Mackenzie, Rafael Costa descobriu a fotografia como um caminho de expressão na publicidade. Em 1998 abriu seu estúdio e teve seu trabalho premiado nos maiores festivais de publicidade do mundo, como o Clio Awards e o Festival de Cannes.
Em paralelo foi construindo um trabalho autoral, que traduz o seu encantamento pela arte da pintura, e já foi exposto em Paris, na Bienal de Firenze, na SP-Arte, e na Pinacoteca do Estado de São Paulo”. O livro Imaginário, publicado pela BEĨ, aproximou o fotógrafo da produção artística dos povos originários que integram a Coleção BEĨ. Suas fotos, feitas em estúdio e em viagens ao Território Indígena do Xingu e ao Amazonas, ilustram o livro Bancos indígenas do Brasil, publicado em 2023, e integram a exposição de mesmo nome.
Leave A Comment