A Prefeitura de Goiânia, por meio do Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas), recebeu da Universidade Federal de Goiás (UFG), o relatório do plano de recuperação do instituto com base nos resultados da auditoria financeira e operacional realizada.
O estudo realizou um diagnóstico técnico sobre a eficiência e a utilidade dos gastos atualmente direcionados ao custeio do Imas e apontou a existência de uma grande disparidade entre a arrecadação e as despesas com a rede credenciada pelo instituto.
O relatório apontou que, entre de 2020 e 2022, a receita arrecadada pelo instituto foi de R$ 472.129.539,22, enquanto as despesas com a rede credenciada chegaram ao patamar de R$ 540.502.986,93, acumulando um déficit 68.373.447,71 durante esse período. Já entre janeiro e setembro de 2023, a média arrecadada foi de R$ 16.038.833,55 para uma despesa de R$ 20.260.915,02, com déficit de R$ 4.222.081,47.
“O resultado mostra, claramente, que os números não batem. Os custos de atendimentos em saúde na rede privada são bem superiores do que a arrecadação média do órgão. Valores insuficientes para pagar a dívida com as clínicas e hospitais. Com os dados, já é possível avançar no projeto de reestruturação do instituto”, disse o Dr. Marcelo Marques Teixeira, Presidente do Imas.
O documento apresenta uma série de providências a serem tomadas para um processo de reestruturação do Imas, que devem ser realizadas a curto, médio e longo prazo, garantindo a saúde financeira do instituto, ampliando a rede de atendimentos médicos e diminuindo os prazos de espera para consultas e exames.
Uma sugestão da UFG é a criação da Câmara de Negociação que discutirá questões relacionadas aos contratos, pagamentos, reajustes e demais aspectos da relação entre o Imas e a rede credenciada. Os envolvidos no processo devem estabelecer um cronograma de pagamento das dívidas existentes.
Outras medidas previstas no plano de reestruturação do Imas incluem a inauguração do Hospital do Servidor para atendimento dos usuários do Imas e a elaboração e o envio de um projeto de lei à Câmara Municipal para a alteração da natureza jurídica do instituto. O objetivo é ampliar o rol de cobertura e acesso a dependentes, a exemplo do que ocorreu no governo do Estado com o Ipasgo.
“A única maneira de sanar as dívidas do Imas é a ampliação da receita. A atual situação é provocada por alguns fatores como: arrecadação insuficiente, grande número de exames, consultas e atendimentos em alta complexidade e a alta inflação em saúde”, disse o presidente.
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