Uma sucessão de processos marca a atual gestão da Cooperativa Mista dos Produtores de Leite de Morrinhos que contabiliza 43 anos de existência e atua em outros 13 municípios. Eleita em 2019, a administração Sérgio Penido é cobrada por montar uma comissão eleitoral que dificultasse o registro de chapas interessadas em concorrer ao pleito de forma a se manter “ad eternum” à frente da entidade  e de cometer atos lesivos ao patrimônio da Complem.

 Na prestação de contas realizada em 2023 referente ao ano de 2022, o quadro social da cooperativa apresentava a seguinte movimentação: 1.172 admissões (247 com capital e 925 sem capital). Houve 17 pedidos de demissão, 15 exclusões por falecimento e 01 estatutária, além de 09 transferências de capital, somando um total de 4.422 cooperados com capital e 1.942 sem capital no final desse exercício.

Corre à boca miúda entre os cooperados ( muitos deles pediram à reportagem para manter o anonimato) que a Complem se equipara à  Prefeitura de Morrinhos sem, no entanto, carregar as obrigatoriedades de uma administração pública. O potencial da entidade leva a disputa pela administração, não raro, a interferências políticas e partidárias. Sem eleições, que deveriam ser realizadas em 2022, Sérgio Penido se mantém, na condição de interinidade, o que tem motivado a  debandada de sócios fundadores.

Segundo informações  conferidas nos autos judiciais: 5280644-62.2024.8.09.0107, o atual presidente foi investigado pela Polícia Civil por realizar pagamento de contas pessoais utilizando dinheiro depositado na conta da Complem, provocando abertura de inquérito por parte do Ministério Público.

Em sua defesa, Sérgio Penido alegou ter cometido apenas um “equívoco”, e por ser necessário representação da vítima, no caso a própria Complem, para prosseguimento, apuração e processamento de ação penal em crimes de estelionato, a atual administração na figura do Vice Presidente Antônio José, alegou não ter interesse em representar criminalmente em desfavor do presidente.

Com justificativas no mínimo questionáveis sob ponto de vista ético, Sérgio Penido restituiu o valor aos aos cofres da empresa e segue à frente da Complem sem compromisso em realizar novas eleições se firmando à frente da gestão com manobras que, segundo denúncias, ferem os princípios democráticos que regem o sistema cooperativista. Com a palavra a justiça goiana.