O surgimento de cinco casos de coqueluche em uma escola da rede particular de ensino da capital acendeu sinal de alerta das autoridades de saúde que emitiram aviso sobre a importância da vacinação contra a doença. É considerado surto após três casos em um mesmo local.
Equipes do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) da SMS estiveram na escola na última semana, antes das férias escolares, para investigar os casos e orientar sobre a importância da caderneta de vacinação atualizada.
A vacinação, usada no controle da doença, é feita primeiro com a pentavalente, que tem esquema vacinal composto por três doses (aos 2, 4 e 6 meses de vida). Depois, são necessários reforços com a vacina DTP (difteria, tétano e coqueluche) aos 15 meses e aos 4 anos. O último registro da doença em Goiânia foi um caso em 2021. As doses estão disponíveis em todas as salas de vacina no município.
A doença – A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, que compromete especificamente o aparelho respiratório e se caracteriza por sintomas como tosse seca, febre e cansaço, que podem levar a complicações, como pneumonia, desidratação e paradas respiratórias. A infecção pode durar de 6 a 10 semanas. As maiores complicações ocorrem em lactentes.
O último pico de coqueluche no país aconteceu em 2014. Entretanto, a queda expressiva verificada nas coberturas vacinais desde 2016 tem preocupado as autoridades de saúde e aumenta a necessidade de manter a imunização em dia. A cobertura vacinal em Goiânia é de 61,9% do público alvo. O preconizado pelo Ministério da Saúde (MS) é cobertura vacinal acima de 90%.
Em maio deste ano, a União Europeia divulgou o Boletim Epidemiológico que demonstrava o aumento da doença em pelo menos 17 países, com 32.037 casos notificados de coqueluche entre 1º de janeiro e 31 de março de 2024. O Centro de Prevenção e Controle de Doenças da China (CCDC) informou que, em 2024, foram notificados no país 32.380 casos e 13 óbitos pela doença.
Diante do alerta e seguindo orientações do Programa Nacional de Imunizações (PNI), a SMS amplia a indicação do uso da vacina dTpa, vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) tipo adulto, em caráter excepcional, para os seguintes grupos:
– Trabalhadores da saúde que atuam nos serviços de saúde públicos e privados, ambulatorial e hospitalar, com o aten
dimento em: ginecologia e obstetrícia; parto e pós-parto imediato; Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) neonatal convencional, UCI Canguru; berçários (baixo, médio e alto risco); e o pediatria;
– Profissionais que atuam como doula, acompanhando a gestante durante o período de gravidez, parto e período pós-parto;
– Trabalhadores que atuam em berçários e creches, com atendimento de crianças até 4 anos de idade.
A administração, em caráter excepcional, da vacina dTpa nos públicos supracitados, deverá ocorrer a seguinte forma: com esquema de vacinação primário completo de dT: Administrar uma dose de dTpa, mesmo que a última dose recebida com os componentes de difteria e tétano (dT) tenha ocorrido há menos de dez anos, observando o intervalo de 60 dias após a última dose administrada.
Aqueles que já receberam uma dose de dTpa anteriormente não deverão receber a dose de caráter excepcional, sendo orientado a manter o reforço a cada 10 anos.
Com esquema de vacinação primário incompleto de dT (menos de três doses com a vacina dT), deve ser administrada uma dose de dTpa e completar o esquema com uma ou duas doses de dT, de forma a totalizar três doses da vacina contendo o componente tetânico.
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