Com o objetivo de construir redes de diálogo entre mulheres sobre saúde mental da população lésbica, a Vila Cultural Cora Coralina recebe, às 18h30 desta sexta-feira (09/08), o projeto Cine Sapatão Luana.  O evento é gratuito e contará com o lançamento do curta “Mulheres que Abrem Caminhos”, na Sala Multimídia João Bennio. Mulheres transexuais também fazem parte do público-alvo da iniciativa.

A programação se estende até as 21h, com entrega de certificados às homenageadas, exibição do curta “Ferro’s Bar”, entrega de presentes às participantes do filme e roda de conversa.

O nome do evento homenageia Luana dos Santos, ativista goiana que presidiu a Associação de Lésbicas do Estado de Goiás (Alego), e faleceu vítima de um câncer.

De acordo com a psicóloga Luna Carulina Mendes Filgueiras, uma das coordenadoras da iniciativa, a ideia do Cine Sapatão surgiu da “união entre projetos de cinema e saúde mental protagonizados por mulheres goianas”. “E do engajamento de tantas outras na construção da visibilidade lésbica e sáfica do Centro-Oeste do país”, reforça Luna.

Sinopses

Mulheres que Abrem Caminhos (de Pollyanna Marques e com direção coletiva)

Mulheres negras lésbicas, não são uma, são diversas, não são sós, estão em comunidade. Com frequência são tratadas e representadas com objetificação, violência e de maneira estereotipada. Mas, através da construção coletiva de um recorte sobre a vida de duas dessas mulheres, é apresentado um olhar afetuoso, humanizado e com objetivo de compartilhar esse lugar seguro e de conexão que são nossas vivências.

O filme “Mulheres que abrem caminhos” é resultado do Trabalho de Conclusão de Curso de Luna Carulina no curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Estadual de Goiás (UEG).

“Ferro’s Bar” (Aline A. Assis, Fernanda Elias, Nayla Guerra, Rita Quadros)

A partir dos relatos de lésbicas frequentadoras do Ferro’s Bar, no fim dos anos 1970 e começo dos anos 1980, descobrimos um pouco da vida das lésbicas durante a ditadura militar, no centro de São Paulo, e o episódio central no processo de formação do movimento lésbico brasileiro, o “Levante do Ferro’s Bar”, também conhecido como o “Stonewall brasileiro”. Se, ignorando as recomendações do relatório da Comissão Nacional da Verdade, o Ferro’s jamais foi transformado em espaço de memória, o filme pretende instituí-lo simbolicamente, sem apagar as suas contradições.