Alvo de uma grande operação da Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (25), o deputado federal goiano Gustavo Gayer (PL) é acusado de ter usado crianças de 1 a 9 anos de idade, para constituir uma Organização Social de Interesse Público (Oscip), que seria o destino final dos recursos desviados da sua cota parlamentar. A operação cumpriu 19 mandados de busca em Brasília e em mais quatro cidades de Goiás: Cidade Ocidental, Valparaíso de Goiás, Aparecida de Goiânia e Goiânia.

 

A Polícia esteve na casa de Gayer em Goiânia e também no imóvel funcional que ele mantém em Brasília. Apenas na casa de um assessor do deputado goiano foram apreendidos R$ 70 mil em dinheiro vivo. De acordo com a PF, o grupo criminoso teria usado documentos falsos para a criação da organização social que tinha as crianças no quadro societário.

 

Conhecida também como verba indenizatória, a cota parlamentar serve para os deputados usarem para atividades e gastos relacionados ao mandato, como passagens aéreas, aluguel de carros, combustível e alimentação, por exemplo. No caso de Gayer, segundo a PF, esse dinheiro ia para a ONG, sem nenhum critério técnico ou legal.

 

Gayer é investigado por ao menos quatro crimes: associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documentos particular e peculato. As penas, somadas, podem chegar a mais de 20 anos de reclusão.

 

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) chamou de associação criminosa a coligação do Partido Liberal (PL) que disputa a Prefeitura de Goiânia e pediu atenção dos eleitores para os escândalos protagonizados por integrantes do partido adversário. “Não é uma chapa, isso é uma quadrilha. Fred forjou um diploma e o braço direito dele, o Gayer, montou uma OS para desviar verba do gabinete”, criticou Caiado. A declaração foi dada durante caminhada na região da Rua 44, em apoio ao candidato Sandro Mabel (UB).

 

 

O líder do Executivo goiano percorreu as lojas, pedindo compromisso do eleitor neste momento de decisão no pleito e alertou para que não “brinquem com o voto”, fator que pode inviabilizar melhorias não só na região comercial, mas em toda a cidade. “Analisem bem o currículo de cada um dos candidatos. Sandro Mabel é um homem de realizações, de compromisso com a transformação e resgate da cidade de Goiânia. O outro candidato é alguém que representa a fraude”, comparou.
O vice-governador, Daniel Vilela (MDB), endossou que a atual situação de Goiânia requer uma gestão competente e preparada. “Nós conversamos aqui com muitos lojistas e perguntamos: se você vai contratar alguém para cuidar da administração da sua loja ou shopping, você vai contratar alguém que já tem expertise ou alguém que não tem experiência para administrar?”, comparou o emedebista. “Estamos na reta final e o povo está conhecendo, refletindo e decidindo pela gestão”, declarou a candidata a vice-prefeita, Coronel Cláudia (Avante).