A pesquisa de intenção de voto realizada pelo Instituto Mais Goiás, divulgada nesta segunda-feira (17), sinaliza um momento particularmente difícil para o ex-governador Marconi Perillo (PSDB), segundo colocado no levantamento, e para o senador Wilder Morais (PL), último nome citado pelos entrevistados, e que ainda não ultrapassou os dois dígitos. O vice-governador Daniel Vilela (MDB) lidera a disputa com 26,12% das intenções de voto.
Embora seja o candidato mais conhecido do eleitorado goiano, já que foi quatro vezes governador de Goiás, Marconi Perillo se encontra em uma posição delicada, patinando em segundo lugar com uma diferença expressiva, de quase 10 pontos atrás do primeiro colocado, Daniel Vilela.
Esse distanciamento reflete, sobretudo, os desgastes acumulados pelo tucano ao longo dos anos, principalmente nos seus dois últimos mandatos à frente do governo. Não por acaso, Marconi aparece como o candidato com maior rejeição, entre todos os pesquisados. Com 16,75% de intenções de voto, o tucano amarga o dobro desse percentual (33,6%) de rejeição, o que é um indicativo claro de que seu passivo político, acumulado ao longo do seu passado, ainda pesa consideravelmente sobre uma possível candidatura majoritária em Goiás.
O ex-governador enfrenta ainda um outro obstáculo com o enfraquecimento PSDB, que pode passar por uma nova federação, fusão ou mesmo ser incorporado por outro partido maior, ou seja, deixando de existir. Nas hipóteses de fusão ou de incorporação pelo PSD ou MDB, Marconi terá dificuldades de levar adiante seu projeto eleitoral para 2026. Os caciques tucanos devem tomar uma decisão sobre o futuro do PSDB até março.
Em xeque – O senador Wilder Morais aparece em quarto lugar com 9,87% das intenções de voto no levantamento do Instituto Goiás Pesquisas. Wilder aparece atrás até da deputada federal Adriana Accorsi (PT), com 11,37% das menções. A petista foi candidata a prefeita de Goiânia em 2024 e sequer chegou ao segundo turno.
O senador vê-se envolto na difícil missão de conquistar a confiança do ex-presidente Jair Bolsonaro, que já declarou que vai priorizar a eleição para o Senado, em detrimento da disputa para governos estaduais. Em entrevista, Bolsonaro chegou a dizer que os candidatos em Goiás não serão quem Wilder quiser, mas sim quem ele [Bolsonaro] decidir.
O senador goiano também teria saído chamuscado da briga que seu núcleo político em Goiás teria travado com o vereador Vitor Hugo, que chegou a ser ameaçado de expulsão por aliados de Wilder. Nesse episódio, Bolsonaro teria abraçado a defesa do seu ex-líder na Câmara dos Deputados, o que foi visto como mais um ponto de ruptura entre Wilder e o manda-chuva do PL.
O baixo apelo eleitoral mostrado pela pesquisa e a evidente falta de apoio de Bolsonaro reforçam o difícil caminho que Wilder terá de percorrer caso ele opte por disputar o governo em 2026. O instituto Goiás Pesquisas ouviu 1003 eleitores entre os dias 12 e 14 de fevereiro. A margem de erro é de 3,3 pontos percentuais para mais ou para menos.
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