Com o apoio da Associação Empresarial da Região da Rua 44 (AER44), lojistas e donos de galerias e shoppings promovem uma manifestação neste sábado, a partir das 8h30, na Rua 69, abaixo da passarela do Mega Moda. O ato será em apoio às recentes medidas implementadas pelo prefeito Sandro Mabel, para revitalização do Setor Central, como por exemplo, a alocação dos vendedores ambulantes em outros locais, desobstruindo passeios e ruas do polo confeccionista, e a intensificação da fiscalização urbana.

Em passeata pelas principais ruas da Região da 44, os lojistas prometem chamar a atenção para a histórica concorrência  entre ambulantes e os lojistas, que em sua grande maioria são pequenos e microempresários que pagam Oa comerciantes alegam pagar impostos, aluguel, condomínio e gerar empregos, e têm a atividade comercial comprometida com a invasão das ruas e calçadas.

“Além de não pagar nenhum imposto, de vender mercadorias de origem desconhecida, de má qualidade, os vendedores ambulantes obstruem as entradas de lojas e galerias, atrapalhando o trabalho de quem anda dentro da lei. Esse tipo de situação há anos gera graves conflitos entre lojistas e camelôs,” destaca Sérgio Naves, presidente da AER44, ao lembrar que o Código de Posturas do município é claro ao proibir qualquer tipo de comércio em via pública sem a expressa autorização da prefeitura e/ou que resulte na obstrução do fluxo seguro de pessoas e veículos.

Segundo Sergio Naves diferente do que têm dito alguns ambulantes e “alguns vereadores oportunistas, que só agora resolveram se preocupar com ambulantes da 44”, essa é uma discussão que não foi feita de forma açodada, impositiva. “Já vínhamos conversando ainda na gestão anterior, com o ex-prefeito Rogério Cruz. Foram apresentadas alternativas a eles [os ambulantes], foi oferecido até cursos de capacitação junto ao Sebrae, mas a grande maioria não quis, preferiu continuar na ilegalidade, prejudicando aqueles que trabalham conforme a lei’, exclama.

O líder empresarial afirma que  a Região da 44 tem um dos IPTUs mais caros da cidade, mas ainda sim é o maior empregador de Goiás, gerando mais de 150 mil vagas de empregos diretas e indiretas. “Somos mais de 13 mil lojistas e a grande maioria é de pequenos e microempreendedores, que lutam para vender seus produtos dentro da lei, gerando empregos e divisas para a cidade e o estado. Essa é uma questão social que precisa ser levada em conta”, ressalta.

Trabalhando há 21 anos na Região da 44, no segmento de moda íntima, Itálo Wanderley Mariano Silva é um dos lojistas que promete estar presente na manifestação deste sábado. Ele afirma que a atuação irregular dos ambulantes na 44 causou uma queda de 60% em suas vendas, na comparação com período anterior ao da pandemia. “É uma situação totalmente injusta, porque quem é lojista, além do aluguel e do condomínio da loja, precisa arcar com impostos, se contratamos um funcionário, temos que pagar o salário no valor que a lei determina, férias, 13⁰.”

Itálo também fala sobre a sensação de insegurança que a invasão de ambulantes tem trazido para a Região da 44. “Eu ouço de muitos clientes meus, mais antigos, que não querem mais vir à 44. Eles reclamam da abordagem altamente agressiva que sofrem por parte dos camelôs. Às vezes os turistas de compras querem entrar na galeria ou no shopping e os ambulantes não deixam. De carro, ninguém mais vem à 44, porque a confusão que os ambulantes fazem ao invadir o passeio e a pista da rua é enorme. Tudo isso afugenta o turista de compras da nossa região”, salienta.