Terminou agora há pouco manifestação realizada por lojistas da Região da 44 em apoio às recentes medidas implementadas pela Prefeitura de Goiânia para revitalização do Setor Central. Lojistas e feirantes percorreram as principais ruas da capital chamando a atenção para a concorrência de ambulantes com lojistas, que em sua grande maioria são pequenos e microempresários e que, além de aluguel e condomínio, precisam assumir vários outros encargos e obrigações fiscais.
No evento o presidente da AER44, Sérgio Naves, lembrou o descaso de gestões anteriores com o problema da invasão dos camelôs na Região da 44. “Diferente do lojista que trabalha corretamente, gera emprego, movimenta a nossa indústria têxtil, que também acorda todo dia cedo para vir pra cá trabalhar, paga o seu aluguel, paga IPTU, paga obrigações trabalhistas quando tem um empregado, cumpre com obrigações de fiscalização sanitária e outras, o ambulante simplesmente improvisa uma banca no meio da rua, atrapalha o fluxo de carros e pessoas, vende mercadorias de origem não comprovada e compromete toda uma cadeia produtiva”, declarou o líder empresarial.
Sérgio também destacou que o que a prefeitura está fazendo, é nada menos e nada mais do que cumprir o que determina que o Código de Posturas do município, que segundo ele é claro ao proibir qualquer tipo de comércio em via pública sem a expressa autorização da prefeitura e/ou que resulte na obstrução do fluxo seguro de pessoas e veículos. “Acreditamos que o prefeito Sandro tem sido o único gestor municipal que está tendo a coragem de resolver esse problema de vez”, disse Sérgio.
O presidente da AER44 também negou que a retirada dos ambulantes das ruas e calçadas tenha sido feita de forma autoritária ou sem dar alternativas aos mesmos. “Essa é uma discussão que não começou só agora. Estamos intermediando uma solução desde o ano passado, ainda com o ex-prefeito Rogério Cruz e foram apresentadas alternativas a eles [os ambulantes]. Além de espaços nas feiras Hippie e da Madrugada, e do projeto do Aluguel Social, foi oferecido até cursos de capacitação, mas a grande maioria não quis, preferiu continuar na ilegalidade’, esclarece o presidente da AER44.
Trabalhando há 21 anos na Região da 44, no segmento de moda íntima, Itálo Wanderley Mariano Silva falou em nome dos cerca de 13 mil lojistas da 44. Ele afirma que a atuação irregular dos ambulantes na 44 já causou uma queda de 60% em suas vendas, na comparação com período anterior ao da pandemia. “É uma situação totalmente injusta. Eu que sou lojista, além do aluguel e do condomínio da loja, preciso arcar com impostos, se contrato um funcionário, tenho que pagar o salário no valor que a lei determina, férias, 13⁰. O ambulante, simplesmente para na porta da minha loja, e muitas vezes vende o mesmo produto que eu vendo, não deixa o cliente entrar na galeria ou shopping onde estou. Como trabalhar desse jeito?”, questionou o microempreendedor.
Itálo também falou sobre a sensação de insegurança que a ocupação sem controle de ambulantes tem trazido para a Região da 44. “Eu ouço de muitos clientes meus, que a 44 virou uma terra sem lei. Eles reclamam da abordagem agressiva que sofrem por parte dos camelôs. Às vezes a pessoas quer até entrar na loja para ter um atendimento melhor, ver outras opções, mas tem ambulante que simplesmente não deixa. De carro então, ninguém mais vem à 44, porque a confusão que eles fazem na rua é enorme. Tudo isso afugenta o turista de compras da nossa região”, lamentou o lojista.
Leave A Comment