O governo do estado anunciou a volta da Lei Goyazes, um dos principais mecanismos do Governo de Goiás de fomento do setor cultural, que financia projetos por meio de renúncia fiscal do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Em solenidade no Teatro Goiânia, o governador Ronaldo Caiado autorizou a liberação de mais R$ 23,3 milhões de saldo remanescente do Fundo de Arte e Cultura (FAC) dos editais de 308 projetos dos anos de 2016, 2017 e 2018. Com o repasse, o Governo de Goiás atinge a marca de R$ 53,3 milhões pagos para os selecionados pelo FAC antes de 2019, herdados de gestões anteriores. Foram, ainda, anunciadas as atrações da 20ª edição do Canto da Primavera – Mostra de Música de Pirenópolis, que será realizada no município, de 30 de novembro a 05 de dezembro.
Além disso, o governador determinou aos secretários da Retomada, Economia e Casa Civil a elaboração de um projeto de lei, a ser encaminhado para Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), para que haja um tratamento diferenciado para todos os investimentos na área da cultura. “Acho importante neste momento vocês não terem que seguir a rigidez da [lei] 8.666, para que a gente tenha mais celeridade, menos burocracia e que façamos o dinheiro chegar a cada um”, reforçou.
Sobre a Lei Goyazes, de acordo com o governador, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) atendeu a uma solicitação do Estado e autorizou a retomada da aplicação da legislação em Goiás. “Tivemos essa grande notícia deles, em reconhecimento ao trabalho e à nossa tarefa de casa”, pontuou Caiado. “Implantar algo fundamental para a arte no nosso Estado dá outra motivação a todos aqueles que tenham pretensão de apresentar projetos junto à Secretaria de Cultura”, destacou.
Com o montante, ficam quitadas as dívidas deixadas pela gestão anterior. “Os momentos são delicados, difíceis, mas isso é uma cultura sulista: quando se está montado na verdade, não é preciso espora. Não adianta querer maquiar a verdade ou tergiversar de situações em que é preciso encará-las”, afirmou Caiado. “Trabalhamos com seriedade, e nunca tirei um centavo de prefeito ou de servidor para confiscar ao Estado. Nunca atrasei um duodécimo dos Poderes”, adicionou.
A medida, segundo Caiado, integra o plano de fomento ao setor cultural, duramente castigado durante a pandemia da Covid-19. “Luto para fazer o que é minha responsabilidade como governador de Goiás, representando com altivez o que o povo me confiou”, disse. Caiado relembrou que, quando assumiu o mandato, o desmonte da área cultural era tão enfático que sequer havia a Secretaria de Cultura. “Perguntava-me para onde foi todo o dinheiro do déficit de R$ 6 bilhões”, pontuou o governador. Para o pagamento da dívida, referente aos anos de 2016 a 2018, o Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secut Goiás), assinou termo de compromisso com os 308 proponentes que manifestaram interesse em executar seus projetos.
O anúncio contou com a participação de artistas goianos, apresentações culturais e exposição de obras de arte. “Estamos aqui para agradecer. Na área cultural, entendemos que o senhor fez um grande esforço para recuperar a Secretaria de Cultura, bem como pagar dívidas remanescentes”, afirmou a cantora Maria Eugênia, em leitura de carta aberta da categoria. “Fomos os primeiros a paralisar e últimos a retornar às nossas atividades. Mas graças a seu talento e competência como administrador, temos um Estado melhor e que caminha para uma estabilidade”, acrescentou.
“O nosso primeiro projeto aprovado foi em 2017 e justamente com esse já ficamos com esse sofrimento de quase 5 anos para receber”, relatou Mano CDJ, responsável desde 2012 pela Casa de Cultura da Juventude, ponto de aprendizagem musical e danças urbanas para a comunidade. “Desde o primeiro momento que nos aproximamos da atual gestão, a gente viu um compromisso, no sentido de tentar resolver a situação dos restos a pagar”, contou. “Esses recursos que chegam serão muito importantes, para recomeçarmos já com 50 alunos. O mais importante: são jovens de escola pública e também pessoas em vulnerabilidade social desta e de outras regiões da cidade”, disse.
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