O presidente da Câmara Municipal de Goiânia, vereador Romário Policarpo (Patriota), criticou a tentativa de “interferências externas” no Legislativo goianiense. O desabafo foi feito durante comentário de Policarpo sobre a rejeição, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), movida pelo diretório nacional do Pros, que questionava a eleição consecutiva da atual Mesa Diretora da Câmara.
“Durante quase três meses fizeram meu velório, tentaram distribuir meu patrimônio político dentro da cidade, dentro desta Casa, mas a justiça foi feita, ao contrário do que muitos aqui desejaram”, disse Policarpo. O presidente ressaltou a lealdade da atual Mesa Diretora e da maioria dos vereadores, que permaneceram ao seu lado.
“Em momentos difíceis a gente acaba descobrindo quem são as pessoas que de fato estão a nosso lado”, comentou.
Em seu terceiro mandato consecutivo no comando da Câmara, fato inédito no Legislativo goianiense, Policarpo garantiu sua reeleição em pleito antecipado, realizado em setembro de 2021. O STF definiu a data de 7 de janeiro de 2021 como marco temporal para impedir reeleições no comando dos legislativos durante a mesma legislatura, fato que foi motivo da ADPF. Portanto, para efeitos da decisão, apenas a última eleição da Mesa Diretora foi considerada.
Em tom crítico, Policarpo questionou a ação movida por um diretório nacional e a tentativa de judicializar uma decisão soberana dos parlamentares. “Esta Casa não será regulada por agentes externos. Esta Casa terá autonomia de fazer as suas votações, de tomar as suas decisões”, garantiu. “Enquanto eu ainda estiver naquela cadeira de presidente, a decisão maior sempre será do Plenário. A decisão maior sempre será dos vereadores”, ressaltou. “Tentaram me matar, me tornaram imortal”, concluiu Policarpo.
O discurso de Romário Policarpo repercutiu ao longo da Sessão no Plenário. Atual vice-presidente da Casa, Clécio Alves (MDB), que deixará o mandato para assumir vaga de deputado estadual na Assembleia Legislativa em 1º de fevereiro, ressaltou a legitimidade da eleição da futura Mesa Diretora. “Vossa excelência recebeu a justiça necessária pelo trabalho, pela liderança, pela condução [da Casa]. Por 34 votos de 35. Qual a Câmara que teve isso?”, questionou.
Atual e futuro primeiro-secretário, Anselmo Pereira (MDB) destaco a “maturidade” de Policarpo e disse esperar que “o sofrimento traga a nós o ímpeto da razão. Vossa excelência é o legítimo representante, pelo voto democrático, deste Poder”.
Vários parlamentares destacaram a atuação do presidente e da atual Mesa Diretora na condução dos trabalhos legislativos e das questões políticas e administrativas da Câmara.
“Não tenho dúvidas de que a Câmara Municipal tem uma Mesa Diretora excelente, que se preocupa com o funcionamento da casa e respeita as diversas ideias; nós precisamos cada vez mais valorizar o parlamento”, disse Mauro Rubem (PT). “Uma mesa que tem 34 dos 35 votos, se não for legítima, o que mais é legítimo?”, questionou Aava Santiago (PSDB).
Para o segundo vice-presidente da Casa, Isaías Ribeiro (Republicanos), a Câmara provou que não aceita influências externas. “Quando pessoas de bem se unem, a vitória vem”, comentou.
“Quando me perguntavam a respeito dessa ação [ADPF], eu dizia que o senhor sairia vitorioso porque o que houve foi uma decisão desse colegiado, soberana, independente e que tem que prevalecer”, destacou Sabrina Garcez (Republicanos).
Assim como outros colegas, Welton Lemos (Podemos), que foi empossado recentemente, disse que o momento é de união e trabalho. Vossa excelência saiu vencedor e subiu na tribuna para pacificar este Parlamento. Essa atitude enobrece ainda mais a sua pessoa”, comentou. “Esse processo serviu para nos unirmos ainda mais como parlamentares”, concluiu Henrique Alves (MDB).
Também manifestaram apoio à decisão do SFT os vereadores Izídio Alves (MDB), Leo José (Republicanos), Thialu Guiotti (Avante), Lucíula do Recanto (PSD), Paulo Magalhães (União Brasil), Geverson Abel (Avante), Pastor Wilson (Brasil 35), Willian Veloso (PL), Juarez Lopes (PDT), Sargento Novandir (Avante), Pedro Azulão Jr. (PSB), Joãozinho Guimarães (Solidariedade), Léia Klebia (PSC), Kleybe Morais (MDB), Anderson Sales Bokão (PRTB) e Dr. Gian (MDB).