O Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa é celebrado nesta quinta-feira (15/06) com muitas histórias de abandono e negligência . Segundo dados coletados pela Ouvidoria do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, nos primeiros cinco meses de 2023, pelo caminho de denúncias do Disque 100 (incluindo telefone, e-mail e redes sociais), o Brasil contabilizou 37.441 casos de negligência, 19.987 de abandono, 129.501 de violência física, 120.351 de violência psicológica e 15.211 de violência financeira. Houve um aumento em todos eles se comparados aos números do mesmo período do ano passado.
Em que pese a violência contra o idoso ser considerada crime, previsto na Constituição Federal, no Estatuto do Idoso e no Código Penal, no primeiro semestre, o Disque 100, canal do governo federal que recebe denúncias de violações dos direitos humanos, teve mais de 200 mil registros em todo país, aumentando para 97% as notificações relacionadas a pessoas idosas.
Segundo o médico-gerontólogo Alexandre Kalache, um dos principais pesquisadores brasileiros sobre o assunto e presidente do Centro Internacional da Longevidade (International Longevity Centre, ILC Brazil) e co-diretor do Age Friendly Institute, baseado em Boston (Estados Unidos), . “A avaliação que eu faço sobre as políticas para o enfrentamento da violência, da negligência e abandono é que nós temos hoje uma oportunidade histórica para retomar aquilo que vinha sendo feito e que infelizmente sofreu um lapso”. Para ele, nos últimos anos, não houve reais políticas públicas de proteção a esse grupo da sociedade.
Ele leva em conta que o Brasil será um dos três países que mais rapidamente irá envelhecer até o ano de 2050. China e Tailândia estão entre as nações que precisam também se organizar para proporcionar dignidade a uma faixa etária que não para de crescer. Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que pessoas com 60 anos ou mais chegaram a 31,23 milhões de pessoas.
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