A rede de proteção à mulher criada pelo Governo de Goiás com a parceria dos mais variados setores da sociedade civil tem criado um ambiente seguro que incentiva denúncias dos casos de violência doméstica. Conforme números divulgados nesta terça-feira (18/07) pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO), o índice de acompanhamento de medida protetiva de urgência aumentou 139% neste semestre, em relação ao mesmo período do ano passado.
No mesmo período, o recebimento de medida protetiva cresceu em 104% e o número de ações de assistência social destinadas às vítimas, 49%. A mesma comparação demonstra que os crimes de feminicídio não tiveram aumento, foram 30 registros. Já as tentativas de feminicídio registraram queda de 11%, saindo de 81 para 72 casos.
O crescimento no número de denúncias e, consequente, acompanhamento do Estado, é uma das previsões do Pacto Goiano pelo Fim da Violência Contra Mulher, criado em 2019 pelo governador Ronaldo Caiado. Para avançar, em 2022, foi lançado o 1º Plano Estadual de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, com a contribuição de diferentes órgãos públicos e secretarias para prevenção e combate à violência, bem como assistência e garantia de direitos da mulher. Entre a novidades está a capacitação das forças policiais, com o desenvolvimento de cursos de formação para agrupamentos da segurança pública de Goiás.
Responsável pela Coordenadoria da Mulher do TJGO, a juíza Marianna Queiroz Gomes avalia que a rede de proteção e enfrentamento à violência doméstica e familiar contra as mulheres exerce um importante papel no estímulo das denúncias e propagação de informações, pois assim a vítima passa a perceber e identificar a agressão. “Na medida em que há maior disseminação de informações a respeito dos tipos de violência cometidos contra as mulheres, também haverá o crescimento das denúncias”, observa a juíza.
Segundo a comandante do Batalhão Maria da Penha da Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO), major Marinéia Mascarenhas, é importante investir na conscientização. “Ela precisa saber que o Estado oferece uma rede de proteção caso ela queira romper com o ciclo da violência doméstica, além de condições que vão promover a autonomia financeira”, pontua. Ela destaca que nos oito anos de existência do Batalhão Maria da Penha nenhuma mulher vítima de violência doméstica (com denúncia registrada) assistida pela equipe do governo foi vítima de feminicídio.
Neste ano, a PMGO determinou que cada batalhão e companhia existente no Estado tivesse no mínimo uma Patrulha Maria da Penha. Em auxílio a essa ação, a Polícia Militar promoveu o Curso Operacional Maria da Penha, que formou 70 policiais militares visando a padronização dos atendimentos às ocorrências de violência doméstica e de fiscalização das medidas protetivas de urgência. Somente em Goiânia, a PM acompanha 3,6 mil mulheres com medidas protetivas de urgência.
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