Começa a valer neste domingo,13, o reajuste de 15% no preço das passagens de ônibus. A Agência Nacional de Transportes Terrestres alega que o aumento visa evita a paralisação total do sistema, que enfrentou quase dois anos com as passagens congeladas”. Segundo a ANTT, quando a gestão do transporte interestadual estava com Governo do Distrito Federal (GDF), entre 2021 e 2022, as empresas não receberam reajuste. Alguns moradores do Entorno, poderão pagar até R$ 10,15 no deslocamento para Brasília, como é o caso dos habitantes de Santo Antônio do Descoberto.
O governador Ronaldo Caiado se posicionou contra o reajuste: “É uma medida que vai penalizar muito uma população trabalhadora e não resolve o problema estrutural do transporte coletivo na região. Se não buscarmos uma forma sustentável de subsidiar o serviço, como fizemos em Goiânia, o sistema vai colapsar no Entorno”, aponta Caiado, lembrando que diversos centros urbanos no Brasil e em outros países têm buscado soluções semelhantes. “Grande parte da mão de obra de Brasília vive nos municípios goianos vizinhos e esses trabalhadores vão pagar tarifas muito pesadas para um serviço que não tem qualidade. São trabalhadores que muitas vezes ganham apenas um salário mínimo e deixarão quase metade do vencimento só no transporte. É injusto”, acrescenta.
A responsabilidade sobre o transporte coletivo na região é da União, por meio da ANTT. Desde o ano passado Caiado tem buscado, junto ao governo federal e ao governo do DF, um acordo para que seja criado um consórcio interfederativo que subsidie parcialmente o valor da passagem, impedindo reajustes e permitindo investimentos na modernização do sistema. A exemplo do que o Governo de Goiás fez com o transporte coletivo na Região Metropolitana de Goiânia, atendendo 18 municípios.
O modelo de subsídio compartilhado criado por Caiado na Grande Goiânia garante a manutenção da tarifa em R$ 4,30 desde 2019, e a concessão de benefícios como Meia Tarifa e Cartão Família. O que resultou num crescimento do número de clientes do sistema de transporte, que vinha caindo vertiginosamente há mais de uma década. No caso do Entorno, a proposta do governo de Goiás é criar uma comissão para calcular a chamada “tarifa técnica”, na qual se aplica o subsídio, e, consequentemente, o preço final pago pelo usuário. A medida deve beneficiar mais de 175 mil pessoas.
A criação do Consórcio Interfederativo da Região do Entorno do Distrito Federal (DF) foi o projeto mais votado na categoria “Integração e Desenvolvimento Regional” do Brasil Participativo, para inclusão no Plano Plurianual (PPA) – que define as prioridades de investimentos do governo federal até 2027. A votação popular garantiu o primeiro lugar na disputa entre mais de 100 projetos da categoria, numa ação virtual que contou com o engajamento pessoal de Caiado.
Em fevereiro, o governador goiano conseguiu suspender um reajuste de 40% previsto pela ANTT, após conversa com o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais). No entanto, a agência de transporte já havia sinalizado que pretendia levar adiante o aumento.
O governo de Goiás também conseguiu incluir como prioridade no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, a extensão do BRT que está em construção no DF e vai até Santa Maria. O projeto é levar o BRT até Luziânia, passando por Valparaíso, para atender um contingente populacional em torno de 500 mil pessoas.
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