A Secretaria da Saúde (SES) de Goiás alerta pais e responsáveis sobre o número dos casos de diabetes infantil no estado. Goiás possui atualmente 12.834 crianças e adolescentes com a doença. A endocrinologista pediátrica Tainara Emilia Rodrigues da Silva, que atua nos Hospitais Estaduais Dr. Alberto Rassi (HGG) e da Criança e do Adolescente (Hecad), enfatiza a complexidade dessa condição crônica e a importância do diagnóstico precoce.
“O diabetes mellitus é uma doença crônica que se caracteriza pela deficiência do hormônio insulina ou pela resistência à sua ação. A insulina desempenha papel vital no equilíbrio da glicose no sangue, permitindo que o açúcar seja absorvido pelas células para produzir energia. Essa condição pode afetar crianças e adolescentes e pode ser classificada em diabetes mellitus tipo 1 (DM1) e diabetes mellitus tipo 2 (DM2)”, ressalta. O DM1 é o tipo mais comum em crianças, abrangendo até 90% dos casos de diabetes infantil, ainda de acordo com a médica.
Entre as medidas de combate e prevenção está o programa Saúde na Escola, levado a todos os municípios, com a criação de hortas e consequente oferta de alimentos saudáveis. Também são realizadas capacitações dos profissionais da Atenção Básica para o diagnóstico precoce. Há ainda a oferta aos municípios de insumos, tiras e aparelhos de medição de glicose. O Centro Estadual de Medicação de Alto Custo Juarez Barbosa (Cemac JB), por sua vez, oferece insulina a pacientes cadastrados.
Um exemplo de enfrentamento da doença é Itallo Alves Ferreira, de 15 anos, paciente do Centro Estadual de Atenção ao Diabético (Cead), do Governo de Goiás. “Descobri a diabetes dele em 2020, observando que, quando ele urinava, tinha formiga no vaso. Entrei em contato com pediatra dele, que pediu uns exames”, lembra a mãe, Denícia Alves dos Santos. O garoto foi diagnosticado com diabetes tipo 1 e faz tratamento com insulina e outros medicamentos. “Nossa vida mudou muito, pois nunca tínhamos vivido nada parecido, porém ele aceitou bem”, revela a mãe.
A exemplo do que ocorre com os adultos, os principais sintomas do diabetes tipo 1 incluem sede excessiva, aumento na frequência urinária, aumento do apetite e perda de peso importante. A falta de adesão ao tratamento acarreta prejuízos a curto, médio e longo prazo. Dentre eles, a endocrinologista da SES destaca internações por cetoacidose (um tipo de complicação metabólica), coma, complicações renais, cardíacas e vasculares, podendo levar à cegueira, amputações e incapacidades ao indivíduo.
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