Goiânia registra o quarto caso de morcego positivo para a raiva, em 2024. O animal da espécie “Artibeus lituratus (frugívoro)”, que se alimenta de frutas, foi encontrado morto no Setor Jaó, Região Norte da capital. O diagnóstico foi confirmado no último dia 16.
Conforme o Departamento de Vigilância em Zoonoses (DVZ), responsável pela vigilância de casos de raiva animal no município, nenhum humano teve contato com o morcego, somente gatos da casa onde o animal foi encontrado. Eles já eram vacinados, mesmo assim receberam reforço da antirrábica. “Nestes casos, o Ministério da Saúde não preconiza a vacinação em massa, por isso, só foi reforçada a vacina dos gatos da casa”, informa o gerente de Controle de Animais Sinantrópicos, Wellington Tristão.
Os outros três morcegos positivos para raiva foram encontrados nos seguintes bairros: Chácara Samambaia (6/1); Urias Magalhães (31/1) e Jardim Guanabara (9/2), todos da Região Norte da Capital. Eles são das espécies Eptesicus diminutus (insetívoro), Molossus molossus (insectívoro), Artibeus planirostris (frugívoro), respectivamente.
Em 2023, Goiânia identificou sete casos de morcegos positivos para raiva nos seguintes bairros: Leste Universitário, Vila João Vaz, Negrão de Lima, Parque Tremendão, Setor Vila Nova e o Setor Criméia Leste, que teve dois casos registrados.
A ocorrência de casos de raiva em morcego é sempre motivo de alerta, pois há o risco do homem ser contaminado pelo animal infectado. “Todo caso de raiva em morcego merece uma atenção especial, mesmo nos casos de Goiânia em que os morcegos são frugívoros e insetívoros, ou seja, não se alimentam de sangue, mas podem morder uma pessoa, cães ou gatos caso se sintam ameaçados”, alerta do diretor da DVZ, Murilo Reis.
Murilo também chama a atenção para a importância da vacinação antirrábica. “Uma vez vacinados, cães e gatos ficam protegidos contra a raiva. No momento, não há campanha contra raiva, mas há doses disponíveis, gratuitamente, na sede da Zoonoses, na Upa Vet da Amma e nas Escolas de Veterinária da UFG e da PUC”, informa.
A raiva – A raiva é uma doença infecciosa viral aguda, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%. É causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, da família Rhabdoviridae.
A doença é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida também pela arranhadura e/ou lambedura desses animais.
No ano de 2022, foram registrados um caso de raiva em morcego frugívoro (Artibeus lituratus) na Região Noroeste, e dois casos de raiva em felinos (regiões norte e noroeste).
Orientações à população –  • No caso de acidentes com animais domésticos, silvestres e principalmente morcegos, procurar uma Unidade de Saúde o mais breve possível para avaliação da profilaxia de raiva adequada para o caso;
• Ao se deparar com um morcego morto, caído ou encontrado em horário e local não habitual – por exemplo, pousado em local claro durante o dia – entrar em contato com a Vigilância em Zoonoses para que seja feito o recolhimento do animal, pelos telefones (62) 3524- 3131 e 3524-3124 horário comercial e (62) 3524-3130 no período noturno, finais de semana e feriados. Diretoria de Vigilância em Zoonoses Rodovia GO – 020, Km 8, Fazenda Vau das Pombas, (62) 3524-3113 / 3137 / 3138 E-mail: saudeambiental.goiania@gmail
• Evitar contato físico com o morcego para minimizar o risco de acidente; isolando-o com panos, caixas de papel ou balde, ou mantê-lo em ambiente fechado para aguardar a captura por pessoas capacitadas
• Informar à Diretoria de Vigilância em Zoonoses se cães e/ou gatos da residência/local de trabalho tiverem contato com morcegos
• Manter cães e gatos (maiores de 3 meses) com a vacinação antirrábica em dia (uma vez ao ano), seja na campanha de vacinação ou nos postos permanentes disponíveis durante todo o ano (Sede da Diretoria de Vigilância em Zoonoses e Hospital Veterinário da Escola de Veterinária e Zootecnia/UFG)
• Os morcegos são animais de extrema importância para a natureza; portanto, quando voando livremente no período noturno não são considerados animais suspeitos, e nessas condições não oferecem risco desde que não sejam manipulados.