E se eu te disser que o lixo eletrônico pode ter outro destino que não seja o simples “jogar fora”? Pois é, através da reciclagem, eletroeletrônicos como computadores, celulares e chips obsoletos ou sem utilidade, que iriam parar no lixo, viram obras de arte nas mãos de artistas talentosos.
Com o objetivo de destacar essa atividade criativa que promove a sustentabilidade por meio da técnica de diorama – arte de criar representações tridimensionais de cenários – o Shopping Estação Goiânia, no Setor Central, recebe a exposição “Mundo das Miniaturas: Arte em Lixo Eletrônico e Outros Materiais”, do artista plástico goiano Fábio Melo, que tem como principal matéria prima de suas obras o lixo eletrônico. A mostra, que ficará na praça de eventos do mall, estará em cartaz de 28 de agosto a 29 de setembro, com visitação aberta ao público de segunda a sábado das 09h às 17h, e domingo das 09h às 13h. A entrada é gratuita.
Conforme explica Fábio Melo, a exposição apresentará uma série de miniaturas detalhadas e inovadoras, criadas a partir de componentes eletrônicos descartados, como circuitos, chips e cabos. “O meu trabalho é transformar resíduos eletrônicos em arte, mostrando como materiais que geralmente são considerados inúteis podem ganhar nova vida e significado”, afirma.
Segundo o artista, as suas peças sempre trazem assuntos sociais envolvendo a sociedade, como lixo eletrônico e poluição. “São peças que as pessoas vão olhar e pensar: ‘nossa, isso está acontecendo’”, pontua. Uma das obras mais emblemáticas do artista é um diorama que retrata a Cracolândia, em São Paulo. “Em 2015 eu decidi retratar a Cracolândia, que é um problema social imenso no nosso país. E hoje, quase dez anos depois, o problema ainda continua”, conta.
Talento desde cedo – Nascido e criado em Goiânia, Fábio conta que seu envolvimento com o universo das miniaturas começou ainda na infância. “Sempre gostei muito de desenhos, super-heróis, videogames, até que há 20 anos eu comecei a fazer as minhas primeiras miniaturas fiéis aos cenários que me inspiraram, que é o diorama”, relata. De acordo com ele, os seus primeiros clientes e maiores incentivadores foram seus amigos. “Eles começaram a ver, gostar e comprar as minhas peças, o que me deu um gás para ir me aperfeiçoando e comprar mais materiais para me dedicar 100% à produção das peças”, diz.
Dentre os materiais que Fábio mais gosta de usar em suas peças, ele revela que o lixo eletrônico tem o seu coração. “São infinitas as possibilidades de se trabalhar com esse material. Dentro de um computador, por exemplo, se você for desmontar ele, são vários componentes que podem se tornar peças de Star Wars, Star Trek, robôs, enfim, todo esse universo que é mais ligado à ficção científica”, detalha.
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