Na corrida eleitoral de 2020 por uma vaga na Câmara Municipal de Goiânia, quatro mandatos coletivos, distribuídos em dois partidos, disputam a preferência do eleitorado. O PSB do prefeitável Elias Vaz, coloca na disputa o  Mandato Coletivo Fernando Boi e o Mandato Coletivo Zé Eduardo. O Partido Socialismo e Liberdade, PSOL, da professora Manu Jacob apresenta as chapas: MOTIRÕ Mandata coletiva e compartilhada e a Mandata Agora é que são elas juntas e misturadas. As chapas do PSB trazem nomes masculinos e femininos em suas representações. As chapas do PSOL são formadas por integrantes do sexo feminino.

Neste modelo de candidatura o que acontece é que grupos anunciam concorrer coletivamente a um mesmo cargo público, mas, na verdade, registram a candidatura no nome de apenas um dos integrante. Apesar de não ter legislação específica, a não ser que se infrinjam as regras de propaganda eleitoral determinadas pelo TSE, não há previsão de punição para candidaturas coletivas, desde que o eleitor seja orientado em qual dos membros do grupo deverá votar.

Segundo explica o TSE,  será o nome dessa pessoa que constará na urna eletrônica, é no nome dela que os votos serão computados e, se for eleita, somente ela poderá ser diplomada e, consequentemente, tomar posse.

Para o sociólogo e cientista político Antônio Carlos Mazzeo, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), a pressão popular deve conduzir a discussão sobre as regras que irão reger esse tipo de candidatura. “Foi um movimento que nasceu na sociedade. Inevitavelmente, terá que ser discutido do ponto de vista da legislação”, pondera.

O especialista observa que esses grupos, comumente, tentam combater a “frouxidão ideológica e programática” das siglas. “Muitos partidos se tornaram balcão de negócios. O mandato coletivo vem resolver algumas destas posições.

Motirõ

Alessandra Minadakis, Joana Porto e Nina Soldera  compõem a mandata. Elas afirmam que disputar as eleições como Mandata Coletiva é uma decisão que entendem ser coerente e capaz de tornar possível no legislativo a ampliação de diferentes vozes na construção de uma cidade em que todas as pessoas tenham acesso e possibilidade de discutir e participar da vida política de maneira ativa.

Agora é que são elas Juntas e Misturadas

Beth Caline, Cintia Dias, Cristiane Lemos, Valéria da Congada formam o quinteto desta mandata. As meninas usam e abusam da influência das redes sociais nestas eleições. Um jingle bonito e cativante ressalta a liberdade de escolhas em todos os níveis com destaque para o movimento LGBTQIAP+. Nas redes elas exibem apoio de gente famosa a exemplo da deputada federal e ex- prefeita por São Paulo, Luiza Erundina.

 

Coletivo Fernando Boi

O quarteto que se apresenta como trabalhadores da Cultura, do Esporte e da Educação. Constantino, Rainy, Wilson e Fernando compõem o mandato que se pretende democrático, descentralizado e participativo. Eles se declaram abertos para que o cidadão comum seja o  protagonista–legislador das  soluções para os  problemas.  “Seremos  Esperança! Seremos muitos por Goiânia.  Seremos muitos lutando por você”, apregoam em suas redes sociais.

O Coletivo Zé Eduardo

Este mandato pesa no número. O grupo é formado por doze integrantes: Zé Eduardo e onze co-vereadores sendo cinco homens e sete mulheres: Karla Cristina é Assistente Social, Gutto Lemes – Produtor Cultural, Emília Souza- Assistente Social, Kallyta Mendes – Empreendedora, Célio Camilo- profissional de Educação Física, Juh Ribeiro- Chefe de Cozinha, Aluísio Black- Gestor Social do 3 Setor, Fábio Rocha- Publicitário, Adelina Brandão- Corretora de Seguro, Berenice Vieira- Ativista pelo Direito das Mulheres e Maria Mercês – Administradora de Empresa.

O Coletivo Zé Eduardo defende a renovação do legislativo goianiense  ao eleger ativistas engajados em causas sociais. “Nossa demandas buscam promover à inclusão de mulheres, negros e pessoas periféricas  na política institucional”, afirma Zé Eduardo. A meta do grupo é impulsionar a participação popular nas discussões da Câmara de Vereadores e “cumprir o efetivo papel de fiscalizar e propor bandeiras que promovam o bem estar do cidadão.”