Antes de saber o que levou a Celg à bancarrota, tendo que ser vendida, convêm buscar as suas origens ainda que perfunctoriamente.

O Estado de Goiás vinha explorando o serviço de geração e distribuição de energia elétrica ainda nos tempos da velha capital, através da “Cia. de Luz e Força”. Em seu segundo governo, agora eleito, Pedro Ludovico inicia, na segunda metade dos anos 50, a construção da UHE de Cachoeira Dourada. As UHE do Jaó e do Rochedo já não satisfaziam a demanda de um Estado que começava a se desenvolver a passos largos. E a velha Cia. de Luiz e Força virou Centrais Elétricas de Goiás – Celg.

Cacheira Dourada foi construída e três etapas. Quando a terceira etapa ficou pronta, no início da década de 80, a Celg já era obrigada a coprr energia de Itaipu e de outros fornecedores para atender todas as solicitações. Ao mesmo tempo, construida outras usinas, como a de Corumbá, que seria vendida ates mesmo da alienação de Caheira Dourada.

No final dos anos 90, Cachoeira Dourada foi vendida pelo governo de Maguito Vilela. A oposição da época, liderada por Marconi Perillo, fez um escarcéu. Com a venda de Cachoeira Dourada, teve início a ruína da Celg.

Uma cláusula contratual obrigava a Celg a comprar energia de Cachoeira Dourada a preço superior ao praticado o mercado. Até que, quase dez anos depois, a Justiça anulasse esta cláusula leonina, a empresa sangrou mortalmente. Para sobreviver, simplesmente deixou de repassar ao esouro Estadual o ICMS cobrado do consumidor. E isto, claro, impactou negativamente o orçamento.

Por conta deste calote consentido pelos governos estaduais, as empresa foi proibida pela Aneel de reajustar suas tarifas. Também por conta disso não obteve aprovação da CVM de lançar ações em bolsa.

Por Helvécio Cardoso