O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, ao lado do governador Ronaldo Caiado e do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, anunciou no fim da tarde desta sexta-feira (26/2), no Paço Municipal, que as atividades não essenciais serão fechadas em Goiânia, a partir de segunda-feira (29/2), com reavaliação a cada sete dias. Técnicos da saúde da capital e das prefeituras da Região Metropolitana ainda vão trabalhar para ajustar os termos do fechamento, já que a decisão atingirá os demais municípios.

“Precisamos agir hoje para não enfrentar uma situação pior amanhã”, defendeu o prefeito de Goiânia. A decisão conjunta visa evitar colapso na saúde. Hoje, a testagem de antígeno da Covid-19, realizada semanalmente pela Prefeitura de Goiânia, registrou 16,7% de resultados positivos, demonstrando que os números de infectados na capital vêm aumentando mais do que na primeira onda da pandemia. É o maior desde o pico da pandemia em agosto de 2020, quando o percentual foi de 15,7%.

Os secretários de saúde dos municípios devem se reunir ainda na noite desta quinta para definir o decreto com representantes do jurídico. No entanto, as restrições não preveem restrição de circulação de pessoas nas ruas, portanto não pode ser chamado de ‘lockdown’. O transporte coletivo não foi discutido, mas o governador Ronaldo Caiado disse que não deve haver paralisação no serviço.

O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, frisou que o instinto de sobrevivência motivou a iniciativa conjunta desta sexta-feira (26/2). “Não é uma decisão fácil, sou filho de comerciantes e já cheguei a ser ameaçado por três vezes”, relatou, ao defender que não há espaço para o medo neste momento de recrudescimento da pandemia. “Estamos buscando o entendimento dentro da razoabilidade. Nosso temor é que pessoas morram afogadas sem respiradores por conta da Covid-19”, assinalou.

O governador Ronaldo Caiado, por sua vez, lembrou que a nova variante em circulação no estado tem surpreendido por sua capacidade de contaminação. “Não é nada parecido com a primeira onda. Não tivemos uma situação como a atual em que estamos desativando centros cirúrgicos para transformar em leitos de UTIs”, alertou o governador.

A avaliação foi referendada pelo presidente da Fecomércio, Marcelo Baiocchi, que falou em nome do Fórum Empresarial. “A realidade foge da nossa vontade, como empresários não queremos fechar, mas como cidadãos ficamos até constrangidos diante da situação apresentada”, declarou Baiocchi.

“Vejo que o bom senso é o que está prevalecendo e não podemos fugir disso. A falta de leitos e o alto número de contaminação nos mostra que medidas duras precisam ser tomadas”, disse Baiocchi. Ele pediu que a situação seja reavaliada a cada sete dias, e que sejam discutidas medidas paliativas quando a situação epidemiológica assim permitir. “Nós, do Fórum Empresarial, estamos aqui para dar apoio ao nosso Estado de Goiás, a Região Metropolitana e para Goiânia”, arrematou.

Além de gestores e representantes de Aparecida de Goiânia, Aragoiânia, Abadia de Goiás, Bela Vista, Bonfinópolis, Caldazinha, Goianira, Hidrolândia, Nerópolis, Santo Antônio de Goiás, Senador Canedo, Terezópolis e Trindade, participaram ainda secretários; representantes de diversos segmentos; o presidente da Câmara, Romário Policarpo; o deputado federal João Campos; representantes do setor produtivo, Sandro Mabel (Fieg), Marcelo Baiocchi (Fecomércio) e Rubens Fileti (Acieg); representantes da Região da 44; entre outras autoridades.