A Polícia Civil apura a venda ilegal de vacinas contra a Covid-19 no Estado de Goiás. A investigação foi iniciada na quarta-feira (7/04), após a prisão de uma pessoa, em Senador Canedo, na Região Metropolitana de Goiânia. Ele foi flagrado comercializando os imunizantes de forma clandestina. Com o homem, foram apreendidas 20 ampolas, o equivalente a 200 doses da vacina. Além dele, outro suspeito de participar do crime, foi detido horas depois, na capital.

O secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, informou que uma perícia está sendo realizada, entre as forças policiais e a Secretaria de Estado da Saúde, para identificar a origem dos imunizantes. As informações iniciais apontam que os produtos vendidos ilegalmente sejam provenientes de um lote de 64 mil doses da CoronaVac, distribuído para o Centro-Oeste no último sábado (3/04), pelo Ministério da Saúde. “Tudo indica, pela numeração, que seja um lote que veio destinado a Goiás e Distrito Federal. Nenhuma possibilidade vai ser descartada até se chegar ao fim desse crime absurdo”, pontuou.

O chefe da SSP-GO, que coordena o trabalho de apuração, se reuniu, na manhã desta quinta-feira (8/04), com as equipes, para saber o andamento da investigação. “Estamos acompanhando o trabalho de auditoria que está sendo feito pela Secretaria de Saúde do Estado, que já entrou em contato também com a Secretaria de Saúde do DF, para fazer o mesmo procedimento, para que a gente identifique para onde foi esse lote. Em cima disso, vai ficar mais fácil desvendar esse crime”, destacou.

De acordo com Rodney Miranda, outro foco da investigação neste momento é descobrir os responsáveis por furtar ou desviar as vacinas. “No conteúdo dos celulares [dos presos] nós temos a indicação de algumas contas bancárias e que houve transferência de recursos tanto para o indivíduo que foi detido com as vacinas, quanto deste para outras pessoas. Então, devemos chegar a quem fez o desvio nas próximas horas”, disse.

O secretário descartou a possibilidade de que as doses tenham sido desviadas do Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). A suspeita teve início após depoimento de um dos presos. “Nós verificamos e não há condição, até porque não há vacina disponível nesse hospital e nem nos outros hospitais. As vacinas estão chegando e indo direto para os postos de vacinação, espalhados pelos municípios”, ressaltou.

Ainda segundo o titular da pasta de Segurança Pública, todas as pessoas que possam estar envolvidos no crime serão identificadas e punidas de maneira severa. “Quem desviou ou furtou, quem fez a intermediação e quem recebeu também, quem pagou para ser imunizado, furando o Plano Nacional de Imunização. São três condutas criminosas gravíssimas e quem tiver participado vai ser apontado pela polícia e responder na justiça”, completou.